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Memorial homenageia vítimas do tráfico de escravos

Linha fina
ONU inaugura espaço em sua sede na quarta 25, Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão
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Brasília - Cerca de 15 milhões de homens, mulheres e de crianças foram vítimas da maior forma de migração forçada da história, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas): o tráfico transatlântico de escravos, que durou mais de 400 anos.

Eles são relembrados neste 25 de março, Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão. E nesta quarta-feira, a ONU revela em sua sede, em Nova York, um memorial permanente para honrar essas vítimas.

Projeto - Batizado de "Arca do Retorno", o projeto é do arquiteto americano Rodney Leon, descendente de haitianos. Uma escultura em mármore presta tributo "à coragem dos escravos e dos abolicionistas", além de reconhecer as contribuições das vítimas da escravatura para a sociedade

O memorial está na entrada de visitantes da sede da ONU e um português especialista em mármore liderou a equipe que instalou a obra. Carlos Rodrigues conversou com a Rádio ONU e explicou que a escultura tem um valor espiritual.

Experiência - "A figura que está representada na parte interior do monumento é uma forma não masculina ou feminina, mas espiritual, que terá uma lágrima e isso é uma forma das pessoas realmente verem qualquer coisa que é sentimental, que vem de dentro, alguma coisa que foi dramática, alguma coisa dos direitos humanos que foram extremamente violados. Essa é a ideia do Rodney Leon. E ele como haitiano e eu como português estivemos em aspectos diferentes (do tráfico de escravos), mas chegamos a um ponto em que podemos construir qualquer coisa juntos. É interessantíssimo e estou muito, muito emocionado com isso."

Segundo Carlos Rodrigues, a peça tem cerca de cinco metros de altura e seis de comprimento, e por ser um memorial permanente, poderá ajudar as gerações futuras a entender sobre o tráfico transatlântico de escravos.

Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a obra "Arca do Retorno" não só lembra o "terrível legado" da escravidão, mas serve para honrar as milhões de vítimas.

Além de inaugurar o memorial, as Nações Unidas aproveitam o dia internacional para prestar tributo às mulheres vítimas da escravatura, responsáveis por transmitir a cultura africana aos seus descendentes.


Leda Letra, da Agência Brasil, com informações da Rádio ONU - 25/3/2015

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