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São Paulo – A Academia de Ciências da África do Sul (Assaf) e a InterAcademy Partnership (IAP) divulgaram na última semana pesquisa pioneira sobre a presença feminina nas academias científicas em todo o mundo. O panorama aponta para um déficit na representatividade global. Das 69 academias nacionais pesquisadas, mulheres ocupam 12% dos postos. Destaque positivo para Cuba, com maior igualdade de gênero (27% de mulheres), enquanto a Tanzânia e a Polônia alcançam apenas 4%.
“O painel apresentado revela reflexos do respeito à diversidade no nosso mundo”, afirma Dorothy Ngila, coordenadora do estudo, para a revista Nature. Para a cientista, os impactos da desigualdade vão além do ambiente acadêmico. A fisicista inglesa Athene Donald, da universidade de Cambridge, confirma a posição de Dorothy. “Se mulheres forem sistematicamente menos presentes nas academias, elas serão menos requisitadas para realizar funções importantes na política e educação”, diz.
De acordo com o documento, apenas 40% das academias de ciências pesquisadas possuem políticas voltadas à redução da disparidade. O cenário, apontado como “desapontante e baixo” por Athene ainda mostra que apenas um terço das academias possuem conselhos ou comitês com tal finalidade, o que, inclusive, contraria recomendação do Conselho Interamericano da ONU expedido em 2006.
Os dados apresentados podem contribuir para a formulação de novas estratégias voltadas à igualdade de gênero, de acordo com Dorothy. A coordenadora cita o exemplo das Américas do Sul e Central, que apresenta números acima da média global. Dorothy atribui o cenário favorável à realização de intercâmbios de políticas relativas a assuntos de gênero, bem como a presença de programas dedicados a mulheres cientistas. “Isso cria a expectativa de que cada academia informe resultados para outras, colocando pressão conjunta por mais ações”, afirma.
Athene ainda recorda que o problema de visibilidade feminina nas ciências possui forte relação com uma história de desigualdade, e que o cenário apresenta evoluções. O número de mulheres ocupantes de cadeiras em academias científicas fica mais escasso conforme a idade avança. As mulheres mais jovens vêm marcando maior presença e reduzindo a desigualdade. Um exemplo é a Royal Academy, da Inglaterra, que de 2013 para 2015 elevou a participação feminina de 6% para 20%. Entretanto, este avanço não entrou na pesquisa, visto que os dados foram coletados até 2014.
O Brasil aparece no ranking com 13% de mulheres posicionadas em academias de ciências, mesmo número dos Estados Unidos. Já os vizinhos Uruguai e Peru apresentam os números mais altos para a América do Sul, com 19% e 20% respectivamente. Ocupando os postos mais baixos do ranking Polônia e Tanzânia, com 4% e, ainda, China e Índia, com 6% cada.
Rede Brasil Atual, com informações da Nature - 8/3/2016
“O painel apresentado revela reflexos do respeito à diversidade no nosso mundo”, afirma Dorothy Ngila, coordenadora do estudo, para a revista Nature. Para a cientista, os impactos da desigualdade vão além do ambiente acadêmico. A fisicista inglesa Athene Donald, da universidade de Cambridge, confirma a posição de Dorothy. “Se mulheres forem sistematicamente menos presentes nas academias, elas serão menos requisitadas para realizar funções importantes na política e educação”, diz.
De acordo com o documento, apenas 40% das academias de ciências pesquisadas possuem políticas voltadas à redução da disparidade. O cenário, apontado como “desapontante e baixo” por Athene ainda mostra que apenas um terço das academias possuem conselhos ou comitês com tal finalidade, o que, inclusive, contraria recomendação do Conselho Interamericano da ONU expedido em 2006.
Os dados apresentados podem contribuir para a formulação de novas estratégias voltadas à igualdade de gênero, de acordo com Dorothy. A coordenadora cita o exemplo das Américas do Sul e Central, que apresenta números acima da média global. Dorothy atribui o cenário favorável à realização de intercâmbios de políticas relativas a assuntos de gênero, bem como a presença de programas dedicados a mulheres cientistas. “Isso cria a expectativa de que cada academia informe resultados para outras, colocando pressão conjunta por mais ações”, afirma.
Athene ainda recorda que o problema de visibilidade feminina nas ciências possui forte relação com uma história de desigualdade, e que o cenário apresenta evoluções. O número de mulheres ocupantes de cadeiras em academias científicas fica mais escasso conforme a idade avança. As mulheres mais jovens vêm marcando maior presença e reduzindo a desigualdade. Um exemplo é a Royal Academy, da Inglaterra, que de 2013 para 2015 elevou a participação feminina de 6% para 20%. Entretanto, este avanço não entrou na pesquisa, visto que os dados foram coletados até 2014.
O Brasil aparece no ranking com 13% de mulheres posicionadas em academias de ciências, mesmo número dos Estados Unidos. Já os vizinhos Uruguai e Peru apresentam os números mais altos para a América do Sul, com 19% e 20% respectivamente. Ocupando os postos mais baixos do ranking Polônia e Tanzânia, com 4% e, ainda, China e Índia, com 6% cada.
Rede Brasil Atual, com informações da Nature - 8/3/2016