Terminou nesta sexta-feira 15 o processo eleitoral da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) na Sede Torre Santander. O candidato apoiado pelo sindicato, André Sotero, foi eleito suplente.
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Apenas 51,03% dos trabalhadores elegíveis à votação participaram das eleições. A participação e a mobilização sobre o tema era maior quando o processo eleitoral era realizado por meio de urnas que circulavam nos locais de trabalho.
“Antes os trabalhadores se envolviam mais, se interessavam sobre a Cipa. O que se percebe é que o banco faz o mínimo necessário pra cumprir com a Norma Regulamentadora 5, que estabelece as regras da Cipa. Há um desconhecimento por parte dos trabalhadores sobre qual é o papel da Cipa, e o banco não faz seu papel de conscientização ao longo do ano. Tampouco valoriza e atende as demandas discutidas nas reuniões da Cipa”, denuncia Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander.
A Cipa tem a finalidade de cobrar do banco melhorias no ambiente e nas condições de trabalho, visando a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, e a saúde do trabalhador.
Pela Norma Regulamentadora número 5, metade da Cipa é indicada pelo banco e outra metade eleita pelos trabalhadores. Entretanto, os indicados pelo banco para a Cipa não representam os interesses dos trabalhadores.
“O papel da Cipa é apresentar as demandas e as prioridades para se prevenir acidentes e doenças no local de trabalho. Por isso mesmo o banco não valoriza seu papel, tampouco conscientiza seus trabalhadores para não ter demandas”, enfatiza Welington Prado Corrêa, dirigente sindical e bancário do Santander.
> Atenção, bancário: não prejudique sua saúde!
O Sindicato cobra do banco a realização de campanhas permanentes de conscientização sobre Cipa. A Semana Interna de Prevenção de Acidentes (Sipat), por exemplo, deve ser construída com a participação da Cipa, mas na prática, isso não ocorre.
Na Torre circulam diariamente em média, em torno de 7000 pessoas entre bancários, terceirizados , estagiários, visitantes e aprendizes, o que aumenta a necessidade de prevenção de acidentes. As simulações de incêndio também tem sido precárias, com falhas recorrentes que são pontuadas pelo Sindicato e também pela Cipa. O banco protela as melhorias.
Não basta apenas a constituição de uma Cipa protocolar. A comissão deve ter atuação e autonomia. Estamos falando da vida das pessoas. A participação no processo tem sido baixa se considerarmos a relevância do tema.
Há relatos de trabalhadores que não conseguiram acessar o sistema porque não estão lotadas na Torre sistemicamente, porém trabalham na há meses no local. Ou seja, o banco não atualizou o cadastro desses trabalhadores.
“O Sindicato está disposto a participar de uma campanha de conscientização dos trabalhadores sobre o papel da Cipa. Santander faça um gesto de boa vontade: vamos fazer uma campanha em conjunto”, propõe Lucimara.
Cipeiros devem zelar pela saúde dos empregados
São funções dos cipeiros esclarecer e conscientizar sobre a gravidade das doenças ocupacionais e lutar por Programa de Prevenção às LER/Dort; fiscalizar o cumprimento das normas de segurança e da medicina do trabalho; buscar, junto ao Sindicato, a ampliação dos direitos dos trabalhadores; realizar semanas internas de prevenção de acidente, nas quais sejam discutidas questões de saúde e relativas às condições de segurança no trabalho.
Também são atribuições dos integrantes da comissão acompanhar as ocorrências e exigir notificações de todos os casos de doença e acidente de trabalho, como rege a lei da Previdência Social; realizar trabalhos voltados à saúde mental dos bancários; informar e esclarecer os funcionários sobre os riscos à saúde e à segurança no ambiente de trabalho.