Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19 está afetando os jovens – especialmente as mulheres – com mais força e rapidez do que qualquer outro grupo. Em todo mundo, mais de 1 em cada 6 jovens deixou de trabalhar desde o início da pandemia. Com isso, globalmente, o número de jovens desempregados chega a 67,9 milhões.
Em 2019, o Brasil tinha 47,2 milhões de jovens de 15 a 29 anos, que representavam 28% da população ativa acima de 15 anos. No entanto, os jovens somavam mais da metade dos trabalhadores desocupados (54%). Com a pandemia, houve um aumento da inatividade, principalmente do número de jovens desalentados, que desistiram de procurar emprego por não ter esperanças de que vão encontrar.
Entre os jovens desocupados de curto prazo, 36,29% estavam fora da força de trabalho em junho de 2020, enquanto entre jovens vivenciando gravidez, problemas de saúde ou incapacidade, 76,98% estavam fora da força de trabalho.
Os dados integram o Boletim de Mercado de Trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e compõem três estudos sobre os “Jovens e o Mercado de Trabalho na Pandemia”, que analisa a inserção dos jovens no mercado de trabalho brasileiro entre 2013 e 2020, as vulnerabilidades dos jovens nem-nem (nem trabalham e nem estudam) e fornece subsídios para a formulação de políticas voltadas para a juventude.
Neste contexto, jovens dirigentes sindicais de diversos sindicatos brasileiros que atuam na UNI Américas reuniram-se virtualmente na tarde desta quarta-feira 24 a fim de organizar a pauta de trabalho para 2021.
Com novos membros eleitos para o comitê executivo de juventude, a reunião definiu as propostas e os temas a serem abordados ao longo do ano.
“O capital se organiza e opera internacionalmente, portanto é cada vez mais necessário que os trabalhadores também se organizem desta forma. E envolver a juventude nestes debates é fundamental para que a ações sejam cada vez mais plurais e representativas”, enfatiza Lucimara Malaquias, presidente da UNI Américas Juventude.
Participaram da reunião Juvandia Moreira, pela Contraf-CUT; Rita Berlofa, representando a Uni Global finanças; e também a coordenadora de juventude da UNI Américas, Lucia Lindner.
A UNI Global Union é um sindicato global com atuação em 150 países. Com mais de 900 sindicatos filiados, representa no mundo mais de 20 milhões de trabalhadores e possui, atualmente, mais de 50 acordos marcos globais.
A UNI tem fortalecido a participação da juventude em todos os seus fóruns, pois entende que a juventude tem muito a agregar na luta sindical.