Em mais uma mesa de negociação para discutir medidas diante do avanço da pandemia de coronavírus no país, na tarde desta terça-feira 16, a Fenaban (federação dos bancos) novamente deixou sem respostas as principais reivindicações do Sindicato no sentido de proteger a categoria bancária. A Fenaban não se comprometeu em suspender as demissões, por exemplo, medida que aceitou tomar em 2020, logo no início da pandemia. O movimento sindical bancário organizará atividades em todo o país em defesa da vida e da saúde no dia 24.
“Reforçamos que queremos a suspensão das demissões e diminuição das metas. Mas os bancos não se comprometeram com essas reivindicações que são importantíssimas para garantir a tranquilidade da categoria bancária nesse momento de crise sanitária sem precedentes e de crise financeira”, relata a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas mesas de negociação com a Fenaban. Ela acrescenta que a Fenaban chegou a afirmar que as demissões nos bancos eram pequenas, mas dados dos próprios balanços dos bancos mostram que eles extinguiram 82 mil postos de trabalho desde 2013.
Na última mesa com a Fenaban, na quinta-feira 11, o Sindicato também cobrou a diminuição do horário de atendimento ao público nas agências e a suspensão das visitas a clientes. Mas essas reivindicações ficaram novamente sem respostas na reunião desta terça. “Alguns bancos, como o Itaú, se comprometeram em suspender as visitas, mas a Fenaban não sinalizou isso. Vamos insistir nesse ponto. É inadmissível que as visitas externas ocorram neste momento gravíssimo da pandemia”, critica Ivone.
Vacina para bancários
O pedido de inclusão da categoria bancária como prioridade no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19 também foi reforçado. A Fenaban novamente se disse favorável. “O serviço bancário é considerado essencial. Os bancários estão nas agências atendendo a população, portanto, defendemos que a categoria, assim como outros trabalhadores que estão na linha de frente, tenham prioridade no plano de vacinação”, destaca Ivone.
A dirigente lembra que o Sindicato enviou ofício à Prefeitura de São Paulo solicitando prioridade para a categoria. E o movimento sindical, por meio da Contraf-CUT, enviou ofício requerendo o mesmo ao Ministério da Saúde, ainda sem resposta.
> Sindicato solicita vacinação já para a categoria bancária
Caixa
Na manhã desta terça-feira 16, também houve negociação entre a CEE Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) e a direção do banco para discutir medidas na pandemia. Os representantes dos trabalhadores cobraram medidas mais rígidas no protocolo de segurança contra a covid, e a Caixa sinalizou que algumas delas serão implantadas, como a instalação de protetores de acrílico nas agências e a contratação de vigilantes externos e recepcionistas para o período de pagamento do auxílio emergencial. Os trabalhadores e o banco também deram continuidade às negociações para um acordo de teletrabalho (home office). Mas ficaram pendentes vários pontos importantes da pauta dos empregados, que deverão ser retomados em uma próxima reunião, que deverá ocorrer em breve. Leia mais aqui.
Itaú
Houve também respostas do Itaú às reivindicações dos funcionários. O banco concordou em reforçar a limpeza das agências após fechamento da sexta ou antes da abertura de segunda; concordou ainda com a garantia de pontos no GERA (que substituiu o Agir) nos dias de agência fechada por covid; e em limitar visitas externas na pandemia. Ainda estão em avaliação a questão da redução no horário de atendimento ao público das agências do Itaú.
Dados alarmantes
“O número de mortos e de contaminações bate recordes a cada dia. Nesta terça-feira, o estado de São Paulo registrou 679 mortes por covid, um recorde assustador. E na segunda 15, a ocupação de UTIs no estado chegou a 89,9%, e a 90,6% na região metropolitana da capital. Enquanto isso, a vacinação avança muito lentamente, ainda não chegamos a 5% de vacinados no país. O país registrou nesta terça, o número alarmante de 2.798 mortes em 24 horas. O sistema de saúde entra em colapso e precisamos de medidas mais rígidas, tanto do poder público, quando dos bancos, no sentido de garantir a segurança dos trabalhadores”, ressalta Ivone.
Manifestação pela vida
O movimento sindical bancário aderiu ao Dia Nacional de Lockdown pela Vida e Pela Saúde, no dia 24, convocado pela CUT e demais centrais sindicais. No dia 22, o Sindicato realizará plenárias em sua base para discutir com os trabalhadores as formas de ação.