Pular para o conteúdo principal

Censo da diversidade também é para PCDs

Linha fina
Trabalhadores têm até 25 de abril para responder questionário e mostrar que não aceitam ser apenas complemento de cota
Imagem Destaque

São Paulo – A Lei das Cotas (8213/91) determina às empresas com mais de mil funcionários terem no mínimo 5% do quadro ocupado por pessoas com deficiência (PCD). Essa medida inclui as principais instituições financeiras, que tiveram de iniciar a contratação desses profissionais sob o risco de pagarem pesadas multas.

Desde então, cadeirantes, pessoas com deficiência auditiva e visual, entre outros, passaram a ocupar vagas em agências e departamentos dos bancos.

Passadas mais de duas décadas dessa importante medida, os trabalhadores com deficiência buscam o devido reconhecimento profissional. “Tem muita gente que entrou na mesma época ou depois de mim no Itaú que já foi promovida. Só que até agora não tive uma única chance”, desabafa um empregado que tem dificuldade de locomoção. “E os meus superiores vivem dizen1do que sou competente no que faço. Se é assim, por que não tenho oportunidade? Não quero privilégio, nem regalia, apenas provar que sou capaz da mesma forma que os demais.”

Um funcionário com deficiência visual que trabalha no Santander também se diz excluído. “Parece que estamos aqui apenas para completar um número. Isso é muito pouco. Estudo constantemente, me atualizo e sei que tenho condições de progredir. Meus gestores vivem me elogiando, mas o fato é que atualmente não tenho perspectiva nenhuma de ser promovido.”

O bancário cego afirma já ter preenchido o formulário do II Censo da Diversidade, que servirá para traçar um novo perfil da categoria e verificar como estão questões relativas a salários, ascensão profissional, entre outras. “Acho essa iniciativa importante para mostrar nossa situação. Creio que da mesma forma que eu outras pessoas com deficiência também estão estagnadas na carreira”, afirma.

Até 25 abril – Com o slogan Somos diferentes, somos iguais, o censo está disponível na internet no endereço www.febraban-diversidade.org.br até 25 de abril.

A relação dos bancários que participam foi composta tendo como base a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de dezembro de 2013. Portanto, p rofissionais admitidos em 2014 não estão cadastrados e não responderão.

Os resultados serão confrontados com a primeira edição da pesquisa realizada em 2006. A partir daí, o Sindicato poderá discutir com as instituições financeiras formas para garantir a igualdade de oportunidades para todos independentemente de sexo, etnia, orientação sexual ou se é ou não pessoa com deficiência.


Jair Rosa - 9/4/2014

seja socio