São Paulo - Com a condenação de mais 15 policiais militares na quarta-feira 2, o julgamento do Massacre do Carandiru terminou com um total de 73 PMs sentenciados pelo assassinato de 77 presos.
O Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos durante uma operação policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 da casa de detenção localizada na zona norte da capital paulista. Inaugurada em 1920, chegou a abrigar mais de 8 mil presos durante o período de maior lotação – sendo apontado como o maior presídio da América Latina. Foi desativada e parcialmente demolida em 2002.
Os 15 condenados na última fase, todos integrantes do Comando de Operações Especiais (COE), foram responsabilizados pela morte de quatro internos no quarto pavimento (terceiro andar). Cada um pegou 48 anos de prisão por homicídio qualificado. O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo também determinou a perda do cargo público para quem permanecia na ativa.
Das 111 mortes, 29 permanecem sem autoria conhecida, incluindo nove causadas por armas brancas. Pelas outras cinco responderia sozinho o coronel Luiz Nakaharada, após ter sido reconhecido por sobreviventes, mas ele morreu em dezembro do ano passado.
Na primeira etapa do julgamento, ocorrida em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de reclusão cada um pela morte de 13 detentos. Na segunda, em agosto, 25 PMs foram pegaram 624 anos cada um pela morte de 52 presos que ocupavam o terceiro pavimento do Pavilhão 9.
No dia 19 de março, os sete jurados que fazem parte do Conselho de Sentença condenaram dez policiais militares pela morte de oito detentos do quinto pavimento: nove deles a 96 anos de prisão cada um, enquanto o outro a 104 anos por já ter uma condenação anterior.
Vitória - A presidenta Dilma Rousseff disse na quinta 3, que o resultado do julgamento do Massacre do Carandiru representa uma vitória contra a impunidade. Por meio de sua conta no Twitter, ela destacou que o julgamento garantiu aos réus o amplo direito de defesa e transcorreu em conformidade com as regras do Estado de Direito.
A punição aos responsáveis pelas mortes foi sempre cobrada por diversos setores da sociedade. Na foto, ato em frente à Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, no ano passado lembrou os 20 anos do massacre.
Alex Rodrigues e Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil com edição da Redação - 3/4/2014
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Julgamento sentenciou 15 policiais militares a 48 anos de prisão cada pelo assassinato de quatro detentos
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