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Comitê Mundial de Mulheres debate prioridades

Linha fina
Bancárias de todo o mundo trocaram experiências sobre questões comuns às trabalhadoras, como igualdade salarial, transversalidade, empoderamento, combate à violência e novas tecnologias
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São Paulo – Igualdade salarial, transversalidade de gênero nas entidades sindicais, empoderamento das mulheres e combate à violência foram os principais temas debatidos durante o Comitê Mundial de Mulheres da UNI Global Union, realizado nos dias 29 e 30 de março, em Buenos Aires, na Argentina.

Também foi destacada a importância da compreensão do impacto das novas tecnologias no setor bancário.

O evento começou com balanço do que se passou desde a 4ª Conferência Mundial das Mulheres, ocorrida na Cidade do Cabo, em 2014. Todas as entidades presentes mostraram um pouco do trabalho que tem sido feito em suas bases e também apontaram caminhos para a 5ª edição do encontro, marcada para Liverpool, em 2018.

“No Brasil, enfrentamos esse tema nas campanhas salariais, inclusive somos uma das primeiras categorias a conquistar uma mesa temática bipartite para discutir o tema com os banqueiros e temos também projeto de lei em tramitação por igualdade de oportunidades, mas é uma luta permanente”, afirmou Neiva Ribeiro, diretora executiva do Sindicato e integrante do Comitê Mundial de Mulheres da UNI.

“O combate à desigualdade de gênero continua sendo o maior desafio. A principal campanha da UNI por igualdade de oportunidades é para corrigir a diferença salarial de 23%, média mundial, entre salários dos homens e das mulheres”, acrescentou Elaine Cutis, secretária de Mulher na Contraf-CUT.

Violência – Uma pesquisa será feita em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para aferir quantas mulheres no mundo foram vítimas de violência ao longo da vida e como isso impactou no trabalho.

“Estudos preliminares indicam que 70% das mulheres já sofreram algum tipo de violência. Isso tem reflexo direto no mundo do trabalho. A nova pesquisa vai ajudar a construir uma nova convenção da OIT sobre violência doméstica”, revela Neiva.

Assédio Sexual – Elaine Cutis apresentou ao Comitê a Cartilha de Combate ao Assédio Sexual no Trabalho, desenvolvida pela Contraf-CUT. Ao todo, 100 mil exemplares foram distribuídos para mais de 100 sindicatos em todo o Brasil, para dialogar com as bancárias e também com os bancários sobre o problema. Desde 2001, assédio sexual é crime no Brasil, com pena prevista de 1 a 2 anos de detenção.

Novas tecnologias – Neiva também encaminhou o debate sobre novas tecnologias apresentando a linha de pesquisa desenvolvida pelo Sindicato sobre o chamado banco do futuro e seus impactos na vida do bancário e do restante da sociedade. "Já estamos enfrentando isso aqui no Brasil e apresentar nossas impressões contribui na compreensão global do tema e, consequentemente, na luta contra a redução dos postos de trabalho, por exemplo, e demais campos de impacto", afirma a dirigente.

“Esse fenômeno do trabalho remoto, banco digital, home office, além de precarizar as relações de trabalho, afasta os trabalhadores dos sindicatos. E a precarização sempre atinge mais as mulheres do que os homens. Um assunto de extrema importância em nossos debates”, completou Neiva.


Contraf-CUT, com edição da Redação – 5/4/2016
 
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