São Paulo – Movimentos sociais e sindicatos que compõem o Comitê Regional do ABC Contra a Reforma da Previdência convocam a população da região a protestar contra as mudanças pretendidas pelo governo para as aposentadorias, a proposta de reforma trabalhista, e a terceirização irrestrita, já aprovada pelo Legislativo e sancionada por Temer na sexta-feira 31. O Ato ABC contra as Reformas também serve como preparação para a mobilização nacional do dia 28.
"É um momento muito importante de nós nos levantarmos. No dia 28, a greve geral está marcada. Temos que fazer dessa greve geral um marco importante da resistência contra toda e qualquer retirada de direitos, que estão em andamento no Brasil, como foi o caso da terceirização. Vamos fazer uma grande mobilização dos trabalhadores do ABC inteiro contra as reformas que ameaçam não só quem está empregado, ameaçam os direitos de quem ainda vai ingressar no mercado", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Em vídeo postado nas redes sociais em que convoca para a manifestação, Marques rebate também as "mentiras" do governo, que alega que as reformas têm como objetivo a geração de emprego. "É para precarizar o emprego, diminuir direitos. É para ter emprego com menos renda, com menos qualidade, coisa que nós não queremos."
Nas últimas semanas, os movimentos realizaram campanha de conscientização, com panfletagem e conversas nos terminais de ônibus e estações de trem da região do ABC, para alertar sobre os riscos das reformas do governo Temer.
Ao portal ABCD Maior, o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart, também demonstrou indignação com as propostas defendidas por Temer. "Todos nós seremos afetados de alguma forma com as medidas que o governo quer implantar e empurrar a qualquer custo para os brasileiros. A sociedade está compreendendo cada vez mais a importância de ir para as ruas se manifestar contra os ataques do governo", aponta que representa cerca de 33 mil trabalhadores nas sete cidades."
Já a categoria petroleira, que na região do ABC é composta por 70% de jovens, está preocupada com as consequências da reforma da Previdência e com a paralisia do setor em decorrência das ações da Operação Lava Jato.
"Há a preocupação sobre o tempo elevado de contribuição e a redução dos benefícios em casos de acidente de trabalho. Além disso, desde que a Operação Lava Jato foi iniciada há um processo de desmonte do nosso maior patrimônio nacional, com o combate à corrupção sem proteger a sobrevivência das indústrias", destaca Juliano Deptula, diretor da regional ABC do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP).
A concentração do Ato ABC contra as Reformas começará às 9h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Rua João Basso, 231, centro de São Bernardo do Campo).