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Chapéu
ITM

Bancário com resultados acima da média é demitido por ser gay

Linha fina
Trabalhador foi dispensando pelo banco após postar vídeo beijando noivo nas redes sociais
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Imagem: Freepik

São Paulo – O que você acredita ser o mais importante para o trabalho de um bancário para a instituição? Se você respondeu “os resultados”, vai se surpreender com o motivo que levou o Itaú a demitir um funcionário na semana passada. Mesmo com resultados acima da média, o trabalhador foi demitido por ser homossexual e ter postado fotos com o noivo nas redes sociais.

O caso aconteceu no Núcleo de Relacionamentos de Gerentes, no ITM. Com um ano e seis meses de banco, o então gerente de relacionamento Uniclass/PF diz ter recebido 10 prêmios por cumprimento de metas, sempre com resultados bem acima da média. Com o destaque, vieram também as primeiras reações discriminatórias.

“Me repreendiam dizendo que eu me ‘soltava demais’ quando ganhava um prêmio, e que esta postura não é adequada. Também diziam que minhas roupas não eram as ideais para o trabalho, que meus ternos não estavam dentro dos padrões”, relembra o trabalhador.

A discriminação homofóbica chegou ao limite na última semana, quando ele voltou de férias, período em que ficou noivo e postou vídeos e fotos sobre o tema nas redes sociais. O trabalhador conta que foi chamado pelo gestor da área e informado que a demissão se devia a sua postura, que não era adequada.

“Eu me senti profundamente indignado, um banco desse tamanho ainda usa homofobia como critério de demissão, e não os resultados dos trabalhadores”, critica. Sem clima para voltar para o Itaú, ele não quer ser readmitido. “É preciso que eles paguem para que nenhum outro trabalhador LGBT tenha de passar por isso novamente.”

O Sindicato já repassou a denúncia ao setor de Recursos Humanos do banco e espera uma resposta sobre o caso. “Não é a primeira vez que isso acontece no Itaú e, recentemente, denunciamos demissões de pessoas com deficiência. É preciso que o banco reveja suas posturas, e nós cobramos que esse tipo de coisa não aconteça novamente”, explica o dirigente sindical Fábio Pereira.

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