São Paulo – A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta-feira 19, o regime de urgência para o substitutivo ao Projeto de Lei 6.787, que altera a legislação trabalhista. Era uma nova tentativa de aprovar a urgência, rejeitada na sessão de terça, em uma derrota do governo. Desta vez, foram 287 votos a favor, 30 acima do número necessário e 57 a mais do que na véspera, e 144 contrários, menos que os de terça (163).
Entenda o desastre causado pela reforma trabalhista
Na sessão que aprovou o regime de urgência, 24 deputados que haviam se posicionado contra o regime de urgência na primeira votação mudaram de lado e votaram a favor da tramitação mais célere.
O analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar Neuriberg Dias sustenta que a virada de casaca ocorreu principalmente por pressão de ministros que compõem a base do governo, sobretudo do PSB.
“Além disso, havia 495 deputados no Congresso Nacional no dia da primeira votação, mas não houve presença. O governo chamou esse grupo para confirmar presença na votação do dia seguinte e assumir compromisso em relação a urgência do projeto”, completa o Neuriberg.
Partidos como o PSB e o PPS, que têm cargos no governo, votaram contra acelerar as mudanças trabalhistas. Na terça, ambos liberaram as bancadas. No PSB, foram 12 sim e 19 não. No PPS, três sim e um não. No dia seguinte, o PPS orientou sim garantiu oito votos a favor. O PSB, por sua vez, teve 16 sim e 15 não.
O regime de urgência dispensa algumas formalidades regimentais. A votação na comissão especial, segundo Neuriberg Dias, deve ocorrer na terça-feira 25. Já a votação em Plenário terá início na quarta-feira 26.