São Paulo – Na sexta-feira 28 de greve geral, manifestações e travamentos de avenidas e rodovias, os índices de congestionamento na capital paulista bateram recordes negativos. Desde as 6h30, a Rede Brasil Atual monitorou os sites de trânsito do MapLink e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em nenhum momento as filas de veículos chegaram próximas das médias comuns para este dia da semana, sobretudo em uma véspera de final de semana prolongado.
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No MapLink, que monitora 1.650 quilômetros de vias, o congestionamento não passou de 200 quilômetros. Às 11h, o MapLink registrava 171 quilômetros de lentidão. Muito abaixo da média de 800 quilômetros para o dia. Na CET, que monitora 868 quilômetros de vias, o índice não chegou a 150 quilômetros, em relação a uma média de 300 para as sextas-feiras.
Para o coordenador nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, essa é uma demonstração do sucesso da greve. "A população atendeu aos apelos das centrais e ficou em casa. Foi como a canção do Raul Seixas, O Dia em que a Terra Parou. Podemos dizer com tranquilidade que São Paulo parou. E não só São Paulo, mas o Brasil todo foi sacudido pela greve geral", afirmou.
Nas imagens das emissoras de TV, é claro o "vazio" na capital paulista. Comércio fechado, poucos carros nas ruas, nenhum ônibus, poucas pessoas circulando. Professores estaduais, municipais e privados, os aeroviários, os bancários (em 22 estados), os metalúrgicos (sete estados), os comerciários (seis estados), os eletricitários, os químicos, os petroleiros e os trabalhadores de saneamento básico e dos Correios. Os servidores públicos das demais áreas, inclusive do Judiciário, vão ter paralisações em todas as capitais e dezenas de cidades médias. Trabalhadores do Porto de Santos também aprovaram a greve.
Na capital paulista, todo o transporte coletivo foi paralisado. Motoristas e cobradores de ônibus, ferroviários de todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e os metroviários cruzaram os braços. Apenas as vans de transporte e a Linha 4-Amarela (Luz Butantã), que é privada, funcionaram. No entanto, muitos terminais foram bloqueados impedindo o trânsito das vans.
Os motoristas e cobradores de ônibus também pararam no Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Teresina, Natal, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Rio Branco, Maceió, Manaus e Macapá. Pelo menos 17 cidades da região metropolitana de São Paulo e toda a Baixada Santista também tiveram o transporte coletivo de ônibus paralisado, incluindo o sistema intermunicipal, executado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
Somente por volta das 10h30, o plano de contingência do Metrô começou a funcionar efetivamente. Não havia nem sequer funcionários da chefia para iniciar a operação. A Linha 1-Azul operou entre as estações Luz e Paraíso, sem parada na Sé. A Linha 2-Verde entre as estações Paraíso e Clínicas. A Linha 5-Lilás entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro. Apesar de abertas, o intervalo entre trens ficou irregular, com maior espera em todas as estações. As linhas 3-Vermelha e 15-Prata permaneceram fechadas.
Na CPTM, a situação foi similar. A Linha 7-Rubi pemaneceu com a circulação interrompida. A Linha 8-Diamante teve circulação parcial entre as estações Osasco e Barra Funda. A Linha 9-Esmeralda funcionou entre as estações Jurubatuba e Pinheiros. A Linha 10-Turquesa operou entre as estações Tamanduateí e Luz. A Linha 11-Coral, entre Tatuapé e Luz. E a Linha 12-Safira, entre estações USP Leste e Brás.