São Paulo – Cerca de cinco mil pessoas foram às ruas de São Bernardo, no ABC Paulista, na manhã de sábado 8, contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer. A manifestação foi organizada pelo Comitê Regional ABC Contra a Reforma da Previdência e também serviu como "esquenta" para a greve geral, marcada para dia 28 de abril, organizada por movimentos sociais e sindical representados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. As informações são do portal ABCD Maior.
A concentração do ato começou por volta das 9h, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC seguida de passeata por ruas do centro da cidade, até chegar à Praça da Matriz.
O secretário-geral do Sindicato do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, afirmou que "a reforma da Previdência, somada à trabalhista e à Lei da Terceirização vão retirar todos os direitos conquistados (pelas lutas do trabalhadores) durante esses anos. É todo um conjunto que vai fazer o funcionário trabalhar mais para se aposentar, de forma mais precária e sem direitos garantidos".
Santana ainda afirmou que a unidade entre as centrais sindicais é essencial para a construção da greve geral, no dia 28. “Essa manifestação é um dos caminhos para a greve geral. Com unidade e com mobilização conseguiremos parar o país contra as reformas”, disse Wagner Santana.
Para a vereadora de São Bernardo Ana Nice (PT) a região do ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema) é um polo potencial de mobilização e participação popular. "O movimento sindical, social e nós, parlamentares, temos que fazer o papel de dialogar com a população e informar a verdade por trás das propagandas do governo", disse.
'Temer não vai conseguir aprovar' - Deputados federais também participaram da manifestação, entre eles Vicente da Silva, o Vicentinho, e Paulo Teixeira, ambos do PT. Em seus discursos, eles citaram que a base do presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional não está fechada a favor da reforma da Previdência e que a PEC 287, que trata da reforma, teria nesse momento o apoio de uma minoria de parlamentares.
"Temer começou a ter graves problemas no Congresso, ele perdeu apoio. A última pesquisa mostra que a maioria dos deputados é contra (a reforma da Previdência). Isso está fazendo com que ele mexa nos temas, mas não mexeu em nenhum ponto fundamental. As mobilizações de rua vão derrotar a reforma da Previdência", declarou o Paulo Teixeira.
Precarização - "Temer se aposentou aos 55 anos, e por que a gente vai ter que trabalhar 49 anos para se aposentar? Todas as reformas desse governo são contra o povo", afrimou o eletricista Carlúcio Gomes de Oliveira, ao explicar por que saiu de casa para protestar contra as medidas propostas pelo governo .
Já para a auxiliar administrativa Adriana de Assis, as empresas serão as grandes beneficiadas com as reformas. "Elas (empresas) vão pagar menos pelo nosso trabalho, com a terceirização. Os direitos vão por água abaixo e não podemos ficar à mercê do governo. Temos que ir para rua como hoje."