São Paulo – Cuidar de um filho requer muita atenção, muitos cuidados. E foi-se o tempo em que se pensava ser essa era uma tarefa apenas da mulher. Como evidência das relações compartilhadas, o papel do homem ganha cada vez mais importância no dia a dia e na educação da criança.
Fernando Mattos, bancário do Santander e pai do Eric, de 9 meses, diz que a relação dele com o filho hoje é diferente justamente ter usufruído da licença-paternidade de 20 dias. Ele teve esse direito após fazer o curso oferecido pelo Sindicato que é premissa para a licença.
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> Bancários conquistam licença-paternidade de 20 dias
“A mãe do Eric estava se recuperando de uma cesariana e eu ter ficado em casa nos primeiros dias foi fundamental. Cuidei dos afazeres domésticos, do bebê, além de poder ajudá-la nesse momento. E, com isso, acabei estreitando os laços com meu filho. O Eric passou a me reconhecer através da voz, do jeito que eu o segurava, dos carinhos que lhe fazia e eu passei a entender as suas necessidades. Foi aí que percebi que o Fernando pai havia nascido também. Não consigo imaginar como teria sido se, nessa fase, a mãe tivesse passado sozinha com meu filho", diz.
Paternidade responsável
Esse assunto, paternidade responsável e relações compartilhadas, está entre as pautas defendidas pelas mulheres no mês de março e compõem a Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos, que foi lançada em 24 de fevereiro, em São Bernardo do Campo, e que percorrerá cidades do interior paulista até 1º de maio.
Uma pesquisa do IBGE, em 2016, mostra que as mulheres dedicavam 18,1 horas semanais a cuidados de pessoas ou tarefas domésticas. Para os homens, o tempo médio foi de 10,5 horas. A diferença pode ser diminuída quando o homem passa a compartilhar os afazeres da casa com a companheira. E Fernando também concorda com isso.
“Hoje tenho uma visão mais ampla, além de dividir as tarefas em casa, consigo estar mais próximo do meu filho e consequentemente a mãe também. E isso é o que determina nossa maneira de viver, divertir, trabalhar, morar etc. E a partir dessa convivência mais estreita, sempre conversamos e chegamos a um acordo de como será o tratamento, as responsabilidades e como vamos educar o nosso filho. Não quero deixar a responsabilidade somente para ela, quero ser muito presente e também ter o poder de decidir dentro da nossa expectativa”, comenta.
Como é o curso?
Conquista da categoria na campanha de 2017, os bancários foram os primeiros a incluir na Convenção Coletiva a licença-paternidade de 20 dias. E, para ter acesso a esse direito, os pais precisam fazer um curso que é oferecido pela Faculdade 28 de Agosto.
As inscrições ainda estão abertas para uma turma que inicia em 23 de abril. São quatro aulas que farão todo sentido ao serem aplicadas no dia a dia, segundo Fernando.
“No curso tivemos aulas teóricas e práticas. Muitas barreiras foram quebradas em relação ao papel do homem na criação dos filhos, a igualdade de gêneros em uma sociedade muito desigual, a pressão social imposta às crianças e aos pais, a supressão de sentimentos na criação de meninos e a imposição de ações e tarefas à qual meninas são destinadas”, relata.
“Alguns futuros pais ou agora pais com quem conversei e para quem indiquei o curso falaram também da possibilidade de fazê-lo pela internet e minha orientação sempre foi para que façam presencialmente, no Sindicato. Ser pai é ser presença, não cuidaremos de nossos filhos pela internet”, destaca o bancário, que aconselha. “Não vá em busca apenas dos 20 dias garantidos pela conquista sindical e, sim para adquirir conhecimento para ser o melhor pai que essa criança merece.”
Os interessados em fazer o curso devem entrar em contato pelo 3188-5200 ou pelo WhatsApp 11 99828-3809. É importante lembrar que a inscrição pode ser feita a qualquer momento da gestação.
O curso é realizado pela Faculdade 28 de Agosto conjuntamente com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, na Rua São Bento, 413, centro de São Paulo.