Em artigo, a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, aborda a responsabilidade do governo federal nas filas que se formam diariamente nas portas das agências da Caixa, resultado do desmonte dos bancos públicos, da falta de planejamento, comunicação ineficiente e, sobretudo, da opção em não priorizar os trabalhadores nas medidas adotadas em meio à pandemia de coronavírus.
"Essa situação de superlotação nas agências não é culpa dos empregados - que estão dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a sociedade, mas preocupados e adoecendo por excesso de trabalho - e sim do governo, que promove o desmonte, e dificulta ao máximo o pagamento do auxílio para a população colocando todos em risco de contágio", destaca a presidenta do Sindicato.
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Além disso, Ivone relata também a luta diária do Sindicato para proteger a saúde de bancários e clientes.
Confira abaixo o artigo na íntegra:
Caixa: Sucateamento sucessivo de governos desaba sobre os bancários
Após o desajuste e a demora do governo em criar imediatamente uma renda básica emergencial para a população mais vulnerável sobreviver dignamente neste período da pandemia, o movimento sindical, em parceria com diversas entidades da sociedade civil, conquistou a aprovação de um auxílio mínimo por três meses.
Sem dúvida, houve uma demora para a aprovação da medida e para o pagamento para a população, provocada por negligência e incompetência do governo, que não tem compromisso com os trabalhadores.
Para receber o benefício, o trabalhador precisa fazer o cadastro no sistema da Caixa, que envia os dados para a Dataprev, empresa responsável por identificar quem tem o direito a receber o auxílio emergencial de R$ 600. Esses dados são cruzados com mais de 33 milhões de registros no Cadastro Nacional de informações Sociais (CNIS), que após análise envia a indicação das famílias com direito a receber o auxílio para o Ministério da Cidadania - que faz a homologação dessas pessoas e envia novamente para a Dataprev. Somente nesse momento, a Caixa é autorizada a fazer os pagamentos. Ou seja, a Caixa é somente responsável pela operação do pagamento do auxílio emergencial.
Há inúmeras exigências promovidas pelo governo, como a aprovação de até dois trabalhadores que podem receber o benefício por família para quem está no Cadastro Único ou recebe Bolsa Família; estar com o CPF em estado regular, entre outras.
Desde o início da pandemia, o Comando Nacional dos Bancários exige dos bancos que mantenham o home office para os trabalhadores e se comprometeram a reforçar a limpeza, e higiene nas agências, disponibilizando máscaras, conforme orientação do Ministério da Saúde. Também reivindicamos organização das filas e dentro das instituições financeiras, para manter a proteção de trabalhadores e clientes.
Nossa luta é diária para a ampliação das campanhas de comunicação sobre o auxílio emergencial, principal fator de aglomerações fora e dentro de agências; seguranças desarmados para organizar as filas; as proteções de acrílico nos caixas; e os equipamentos de proteção individual (EPI) para todos empregados.
Também exigimos a manutenção do contingenciamento para a entrada nas agências, mesmo com as filas nas portas; a necessidade de respeitar a jornada dos empregados; a testagem de todos os bancários, como política de prevenção; e a efetivação da campanha de vacinação da gripe e da H1N1.
O Sindicato está ao lado do trabalhador, e sabe da gravidade do momento que vivemos. Estamos mobilizados e exigimos que cada bancário tenha condições de trabalho adequadas, especialmente para os que estão na linha de frente do atendimento à população. É preciso agendamento dos atendimentos nas agências, com orientação necessária antecipadamente.
O descaso do governo com os bancos públicos foi anunciado desde sua campanha, que já alertava para descompromisso com BB, Caixa e BNDES. Nos últimos 12 meses o crédito oferecido pelos bancos públicos teve aumento de apenas 1,4%, muito pouco se comparado às necessidades do país.
É preciso maior agilidade do governo em conceder o pagamento do auxílio emergencial para a população mais pobre, com o mesmo interesse e rapidez que têm beneficiado os grupos empresariais que o elegeram. A descentralização do auxílio emergencial deveria ter sido feita com auxílio dos municípios e também dos demais bancos, públicos e privados. Essa situação de superlotação nas agências não é culpa dos empregados - que estão dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a sociedade, mas preocupados e adoecendo por excesso de trabalho - e sim do governo, que promove o desmonte, e dificulta ao máximo o pagamento do auxílio para a população colocando todos em risco de contágio.
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