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Artigo

Ivone Silva: 99 Anos, Sindicato forte e combativo

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Fotografia da presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Siva, acompanhada do logo comemorativo dos 99 anos da entidade

Em quase um século de história, gostaria de compartilhar e agradecer a cada bancário e bancária que luta conosco de forma coletiva e organizada. Dentre os milhões de trabalhadores que construíram a história da nossa categoria, quero parabenizar a todos: homens e mulheres, que doaram um pouco, muito ou toda sua vida pelo fortalecimento da democracia, defesa dos direitos e por justiça social. 

Nossa luta é reconhecida. Somos um dos maiores Sindicatos da América Latina. Representamos 139 mil pessoas e somos uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva nacional, criada em 1992, que garante os mesmos salários e direitos em todo o país e em todos os bancos, públicos e privados. 

A criação da unidade nacional dentro da categoria foi fruto de coragem, ousadia e capacidade de organização permanente. A luta nunca foi fácil. Para quem entra no banco e recebe seu vale refeição, alimentação, sua PLR, licença maternidade…, essas são conquistas a partir de um incansável diálogo, mobilização e pressão dos Sindicatos. E, a cada ano, avançamos mais. 

Conquistamos a implementação do Programa de Prevenção, Tratamento e Readaptação de LER/DORT (1998); Inclusão na CCT da cláusula sobre Igualdade de Oportunidades (2000); Licença maternidade de 180 dias (2009); Inclusão na CCT de cláusula com mecanismo de combate ao assédio moral (2010); além do Censo da Categoria, fim dos rankings na categoria, aumento real, igualdade de direitos para casais homoafetivos, entre muitos outros.

Na Campanha de 2020,  após dez rodadas de negociação com os bancos, avançamos em importantes cláusulas na mesa de negociação, que se tornaram referência nos acordos trabalhistas. 

Durante a pandemia, fomos pioneiros na realização de uma negociação com os bancos para discutir medidas a serem tomadas para a proteção dos bancários e bancárias. Nossa primeira reunião aconteceu em 16 de março, com um comitê bipartite, com as orientações das autoridades de saúde. Com muita luta, conseguimos reduzir o horário de atendimento das agências; a não demissão; manutenção de regras sanitárias (luvas, máscaras, álcool gel..); teletrabalho; prioridade na vacinação. Avançamos banco a banco em acordos para o home office e cobramos diariamente, em campanhas nacionais nas redes, a suspensão das demissões. E o mais importante: salvamos vidas! 

Nossos desafios estão longe de acabar. Estamos organizados para um ano de Campanha Nacional em um momento de retirada de direitos e tentativa de enfraquecimento dos Sindicatos.  Na maior crise sanitária da história, o setor mais lucrativo do país, ao contrário do que divulgam em suas campanhas publicitárias, manteve a alta dos juros e tarifas, aumentou as metas dos trabalhadores, fechou cerca de 10,5 mil vagas de trabalho e reduziu mais de três mil agências, desde 2020, em todo o país.

Campanha que esse ano se dará durante o processo eleitoral e, além da necessidade da garantia de direitos da categoria, em um contexto de alta inflacionária e diversas ameaças contra os trabalhadores, é necessário que o movimento sindical atue como agente de politização para o fortalecimento da democracia, para barrar os inúmeros retrocessos sociais, políticos e econômicos nos últimos anos. 

Nossa mobilização também se estende nas redes sociais. Em um cenário de isolamento social imposto pela pandemia, as redes sociais tiveram um papel central na negociação das demandas da categoria e no diálogo com a população sobre a pauta de reivindicações dos bancários. 

Não há avanço sem luta coletiva. Participe do seu Sindicato, associe-se à sua luta. Estaremos unidos e fortalecidos, a cada ano, com a participação de cada um de vocês. 

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