São Paulo – O Bolsa Família reduziu em 17% a mortalidade geral entre crianças, sendo que esse índice foi ainda maior quando se considera causas específicas como a desnutrição (65%) e a diarreia (53%). É o que mostra os resultados de estudo inédito, publicado na revista The Lancet, que avalia a relação entre o Programa Bolsa Família e a redução da mortalidade entre crianças brasileiras menores de cinco anos.
A explicação central da pesquisa é que o aumento da renda impulsionado pela transferência de benefícios do Programa Bolsa Família (PBF) reduz a pobreza das famílias, melhora as condições de vida, elimina as dificuldades no acesso à saúde e, consequentemente, contribui para a diminuição das mortes entre crianças.
A pesquisa, conduzida por Davide Rasella, mestre em saúde comunitária e doutor em saúde pública pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), contou com a colaboração de diversos pesquisadores e a parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o governo brasileiro.
O estudo, que se concentrou no período de 2004 a 2009, avaliou o efeito do PBF sob as taxas de mortalidade em crianças de quase três mil municípios brasileiros, centrando-se em causas associadas à pobreza, como a desnutrição, diarreia e infecções respiratórias, além de alguns dos potenciais mecanismos intermediários, tais como vacinação, assistência pré-natal e internações hospitalares.
Ainda segundo o estudo, o Programa Saúde da Família também contribuiu na redução da mortalidade em crianças menores de cinco anos em efeito sinérgico com o PBF. Os resultados vão ao encontro da meta atingida pelo Brasil em 2011, quando a taxa de óbitos por mil habitantes (16,8) cumpriu o compromisso firmado com a Organização das Nações Unidas dois anos antes do prazo limite. A meta do milênio estipulada pela ONU até 2015 era de 17,9 óbitos por mil.
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Redação, com informações da ONU – 23/5/2013
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Alvo de boatos, programa de distribuição de renda ajudou a reduzir em até 17% mortalidade infantil no país
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