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Crise da água é tema de seminário na Alesp

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Serão discutidos os impactos do desabastecimento para o conjunto da população e também para a economia e o emprego
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São Paulo - A CUT/SP, movimentos sociais e a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo realizarão na terça 13, na capital, o seminário “A Crise da Água em São Paulo e seus Impactos ao Emprego, Meio Ambiente e à Energia”, em evento das 14h às 17h no auditório Paulo Kobaiashi, na Av. Pedro Álvares Cabral nº 2001.

O objetivo é discutir os reflexos da falta de água para o conjunto da população e também sobre como a crise afeta o emprego e a economia, uma vez que a água é insumo vital para muitas empresas. O risco de desabastecimento ameaça cerca de 14 milhões de pessoas no estado mais rico do Brasil.

A mesa, coordenada pelo deputado João Paulo Rillo (PT), terá como expositores o ex-prefeito de Diadema, Mario Reali; o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima; o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski e o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Eduardo Cardoso.

A forte estiagem permanece e a situação se agrava a cada dia não só pela falta de chuvas, mas pelas quase duas décadas nas quais a gestão estadual do PSDB não investiu em obras, nem em planejamento ou planos de contingência para aproveitamento dos recursos hídricos.

“A CUT São Paulo defende outro modelo de gestão estadual por conta irresponsabilidade do governo Geraldo Alckmin com os serviços públicos, não só em relação à água. A classe trabalhadora vem sentindo na pele os problemas causados pela falta de investimento no transporte público. Falta prioridade em diversas políticas públicas”, aponta o presidente da CUT/SP.

Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume do Sistema Cantareira chegou hoje a 9,6% e o governador Geraldo Alckmin continua descartando o racionamento. Entretanto, o tucano insiste em aplicar multa de 30% àqueles que ultrapassarem o limite de consumo, com cálculo a partir de uma média mensal realizada em 2013. A intenção é iniciar a cobrança já a partir de junho.

A proposta está em análise na Procuradoria Geral do Estado (PGE) e, partir de do parecer da entidade, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) decidirá sem a medida entrará ou não em vigor.

“A multa não resolve porque atinge a população de menor poder aquisitivo”, critica o presidente estadual da Central, que também alerta para o comprometimento do meio ambiente e da qualidade de vida da população.

Além de deixar os cidadãos e cidadãs sob o risco de desabastecimento e de punir os consumidores com multa, outro anúncio do governo estadual do PSDB é para início do uso do volume morto de água, aquele abaixo do nível da captação das comportas, que passará a ser bombeado no próximo dia 15. A Sabesp prevê usar 200 bilhões de litros dos 400 bilhões da reserva estratégica.

“Usar o volume morto de água é raspar o fundo do tacho. Quando o tacho não tiver mais fundo, o governo estadual vai raspar o quê?”, questiona o dirigente.


Flaviana Serafim, da CUT São Paulo - 8/5/2014

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