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Prefeitura de São Paulo terá comissão da verdade

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Entre os objetivos está a investigação sobre servidores perseguidos e ocultação de cadáveres pelo Serviço Funerário durante a ditadura
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São Paulo – Três meses depois de ser apresentado pelo Executivo, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou na terça 27, em primeira votação, o projeto que cria a Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura. Foram 34 votos a favor e dois contra o Projeto de Lei (PL) 65, além de duas abstenções. Ainda é necessária uma segunda votação.

A aprovação ocorreu com uma emenda da liderança do governo, que reduziu o número de integrantes da comissão – de cinco para três. Entre os objetivos do colegiado, está investigar casos de servidores perseguidos durante a ditadura (1964-195) e de ocultação de cadáveres pelo Serviço Funerário. Entidades de direitos humanos pedem prioridade para a apuração sobre as ossadas encontradas em vala clandestina do cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus, em 1990. São 1.049 restos mortais, atualmente no cemitério do Araçá.

Na apresentação do projeto, em 20 de fevereiro, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, disse que este é um "compromisso absoluto" do município. A criação da comissão era um dos itens do plano de governo de Fernando Haddad (PT). Segundo Sottili, a prefeitura de São Paulo teve "participação ativa" durante a ditadura. Segundo a justifica, a comissão do Executivo "atuará de forma complementar e em estreita colaboração com as demais comissões, tendo como referência os resultados e recomendações construídos por essas instâncias".

O PSDB, da oposição, votou a favor do projeto, embora criticasse a criação de cargos para esse fim. Mas um de seus integrantes, o vereador Coronel Telhada, ex-comandante da Rota, votou contra. "Acho um desperdício de dinheiro público porque já existem outras comissões. A verdade que está sendo apresentada é totalmente relativa. A violência que os militares sofreram na época nunca é levada em conta."


Rede Brasil Atual - 28/5/2014

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