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São Paulo – O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de R$ 1,29 bilhão no primeiro trimestre de 2016, o que representou queda de 57,5% em relação ao mesmo período de 2015. Essa queda, segundo o relatório do banco, deve-se principalmente a uma provisão relacionada ao segmento empresarial de óleo e gás.
É preciso destacar que o lucro registrado em março de 2015 foi impactado pela criação da Cateno – empresa criada com a associação entre a BB Elo Cartões e a Cielo e que atua no ramo de meios eletrônicos de pagamento –, que representou um impacto de R$ 3,212 bilhões no lucro líquido do período (R$ 5.818 bi).
Mesmo com lucro bilionário, o banco extinguiu 1.749 postos de trabalho em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016), em decorrência da implementação de plano de incentivo à aposentadoria. Com isso, o BB registrou 109.864 trabalhadores em 31 março de 2016. Por outro lado, a base de clientes somou 63,9 milhões, incremento de 1,203 milhão clientes no período.
“Apesar de menor, houve lucro, e isso mesmo diante de um cenário de desaquecimento da economia. Portanto, não há justificativa para que o BB não contrate e, assim, reponha os funcionários que saíram. Com menos bancários e mais clientes, o resultado é maior sobrecarga de trabalho, mais pressão e adoecimentos”, critica o diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB Cláudio Luis.
Apenas com o que arrecada com receitas de serviços e tarifas (R$ 5,6 bilhões, com alta de 2,5%), a instituição cobria em 101,4%, em março deste ano, a sua despesa com pessoal (de R$ 5,8 bilhões, queda de 2,6%).
Banco público – O dirigente frisa ainda que o banco deve manter seu papel de instituição financeira pública, o que lhe garante a capacidade de atuar de forma anticíclica, oferecendo crédito em momentos de recessão – justamente quando os bancos privados retraem essa oferta – e dessa forma ajudar a aquecer a economia do país. “Os bancos públicos já agiram assim em 2008, quando estourou a crise financeira mundial, e deveriam atuar dessa forma novamente agora. Infelizmente, o caráter público do BB e também da Caixa estão ameaçados pelo governo interino de Michel Temer, que já anunciou em seus programas a intenção de privatizar estatais e também de fazer auditorias nesses dois bancos, provavelmente com o intuito de justificar a venda”, diz.
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Crédito – Cláudio Luis também destaca que o BB com capital aberto já mostra uma lógica contraditória e, em determinados momentos, não faz o papel de banco público. “O balanço do primeiro trimestre mostrou, por exemplo, que houve redução de 10% no crédito para micro e pequenas empresas, que empregam muitas pessoas e seriam fundamentais para recuperar a economia do país. Mas em compensação houve aumento de 9,8% na carteira de crédito para o agronegócio e de 7,3% na de pessoa física, quando os bancos privados registraram quedas nesse segmento. Essa oferta de crédito, ainda maior que a dos privados, está ameaçada pelo governo interino, e vamos precisar de muita mobilização para evitar a privatização do BB”, afirma.
Outros dados – A carteira de crédito ampliada no primeiro trimestre totalizou R$ 775,6 bilhões, com alta de 2,3% em 12 meses. A carteira pessoa física somou R$ 195,3 bilhões (+7,3%), a de pessoa jurídica R$ 355,1 bilhões (-1,1%) e a de agronegócio R$ 179,5 bilhões (+9,8%). A inadimplência elevou-se 0,76 p.p. em 12 meses e chegou a 2,60%. As despesas com provisões somaram R$ 7,13 bilhões, com alta de 27,2% em 12 meses.
Andréa Ponte Souza – 13/5/2016
É preciso destacar que o lucro registrado em março de 2015 foi impactado pela criação da Cateno – empresa criada com a associação entre a BB Elo Cartões e a Cielo e que atua no ramo de meios eletrônicos de pagamento –, que representou um impacto de R$ 3,212 bilhões no lucro líquido do período (R$ 5.818 bi).
Mesmo com lucro bilionário, o banco extinguiu 1.749 postos de trabalho em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016), em decorrência da implementação de plano de incentivo à aposentadoria. Com isso, o BB registrou 109.864 trabalhadores em 31 março de 2016. Por outro lado, a base de clientes somou 63,9 milhões, incremento de 1,203 milhão clientes no período.
“Apesar de menor, houve lucro, e isso mesmo diante de um cenário de desaquecimento da economia. Portanto, não há justificativa para que o BB não contrate e, assim, reponha os funcionários que saíram. Com menos bancários e mais clientes, o resultado é maior sobrecarga de trabalho, mais pressão e adoecimentos”, critica o diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB Cláudio Luis.
Apenas com o que arrecada com receitas de serviços e tarifas (R$ 5,6 bilhões, com alta de 2,5%), a instituição cobria em 101,4%, em março deste ano, a sua despesa com pessoal (de R$ 5,8 bilhões, queda de 2,6%).
Banco público – O dirigente frisa ainda que o banco deve manter seu papel de instituição financeira pública, o que lhe garante a capacidade de atuar de forma anticíclica, oferecendo crédito em momentos de recessão – justamente quando os bancos privados retraem essa oferta – e dessa forma ajudar a aquecer a economia do país. “Os bancos públicos já agiram assim em 2008, quando estourou a crise financeira mundial, e deveriam atuar dessa forma novamente agora. Infelizmente, o caráter público do BB e também da Caixa estão ameaçados pelo governo interino de Michel Temer, que já anunciou em seus programas a intenção de privatizar estatais e também de fazer auditorias nesses dois bancos, provavelmente com o intuito de justificar a venda”, diz.
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Crédito – Cláudio Luis também destaca que o BB com capital aberto já mostra uma lógica contraditória e, em determinados momentos, não faz o papel de banco público. “O balanço do primeiro trimestre mostrou, por exemplo, que houve redução de 10% no crédito para micro e pequenas empresas, que empregam muitas pessoas e seriam fundamentais para recuperar a economia do país. Mas em compensação houve aumento de 9,8% na carteira de crédito para o agronegócio e de 7,3% na de pessoa física, quando os bancos privados registraram quedas nesse segmento. Essa oferta de crédito, ainda maior que a dos privados, está ameaçada pelo governo interino, e vamos precisar de muita mobilização para evitar a privatização do BB”, afirma.
Outros dados – A carteira de crédito ampliada no primeiro trimestre totalizou R$ 775,6 bilhões, com alta de 2,3% em 12 meses. A carteira pessoa física somou R$ 195,3 bilhões (+7,3%), a de pessoa jurídica R$ 355,1 bilhões (-1,1%) e a de agronegócio R$ 179,5 bilhões (+9,8%). A inadimplência elevou-se 0,76 p.p. em 12 meses e chegou a 2,60%. As despesas com provisões somaram R$ 7,13 bilhões, com alta de 27,2% em 12 meses.
Andréa Ponte Souza – 13/5/2016