São Paulo – O Banco do Brasil vem conduzindo estudos sobre os custos das operações das linhas de crédito imobiliário, entre elas o Minha Casa, Minha Vida, o SBPE/SFH (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo/Sistema Financeiro de Habitação) e o empréstimo imobiliário. O objetivo, segundo o banco, é analisar a lucratividade das operações, em busca de “eficiência operacional”.
O diretor do Sindicato e funcionário do BB Renato Carneiro destaca que sempre que o banco fala em eficiência operacional, está pensando em cortar custos com mão de obra. “O banco já sabe que os custos administrativos dessas linhas de crédito são maiores que seus resultados. Mas são operações com importante papel social para o país. E a gente sabe que quando uma instituição pública deixa de atuar num determinado segmento, essa atuação passa a ser feita por bancos privados, com juros altos e prejuízos à população e à economia brasileiras.”
O dirigente alerta que essa medida pode levar a perdas de função para os bancários que atuam nessas áreas e à terceirização, com contratação de outras empresas para cuidar dessas linhas de crédito. “O BB já elogiou a lei da terceirização em reunião do Conselho Diretor. Falou novamente de eficiência operacional que podemos traduzir para redução do valor da folha de pagamento”, frisa.
Renato ressalta também que mesmo que essas linhas de crédito não deem um grande retorno financeiro, no balanço final a instituição apresenta lucro. Destaca também que apenas com a receita de tarifas e serviços bancários pagos pelos clientes, o banco cobre 115% de suas despesas de pessoal. E classifica a medida anunciada para as linhas de crédito como parte do desmonte que os bancos públicos vêm sofrendo.
“O BB vem passando por frequentes reestruturações, com saída de pessoal por meio de planos de aposentadoria, que afetam principalmente as áreas de atendimento. Só no ano passado, 9.980 funcionários se aposentaram. E o balanço do primeiro trimestre de 2017 mostra que o banco extinguiu 9.900 postos de trabalho em 12 meses [março de 2016 a março de 2017].”
Luta – “O Sindicato está atento a essa e outras medidas. Estamos num momento de ataques ao BB, assim como na Caixa e no BNDES, e o que está em risco são os nossos empregos. É um momento que devemos ter unidade e participar da luta em defesa dos bancos públicos”, conclama Renato, lembrando que mais do que as ameaças aos empregos bancários no BB, os ataques de Temer e sua base aliada no Congresso são também contra direitos trabalhistas previstos na CLT (Consolidação da Leis do Trabalho), contra o movimento sindical e de retirada do direito à aposentadoria.
O governo Temer está abalado desde que denúncias do dono da JBS vieram à tona, na noite de quarta-feira 17, e que podem inclusive levar à renúncia do ex-presidente. O Sindicato defende eleições gerais e diretas já.
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