São Paulo – A Caixa se recusa a reconhecer a legitimidade da greve geral contra a retirada de direitos dos trabalhadores pelo governo Temer, realizada no último dia 28 de abril. Diante da postura da direção do banco público, que só aceita negociar com a Comissão de Executiva dos Empregados no fim do mês, após descontar a adesão dos empregados à paralisação, o Sindicato acionou a instituição na Justiça para impedir o desconto e assegurar o direito constitucional dos bancários à greve.
“A greve geral é legítima e os bancários não podem ser punidos por lutarem contra a retirada dos seus direitos. Foram realizadas assembleias nos locais de trabalho, nas quais 81% da categoria deliberou pela adesão; foi publicado aviso de greve na Folha Bancária e jornais de grande circulação; e os bancos foram avisados sobre a paralisação. Em nota pública, o Ministério Público do Trabalho, através do procurador-geral, Ronaldo Curado Fleury, atestou a legitimidade da greve. A ação do Sindicato, por meio desses e outros argumentos, tem o objetivo de comprovar a ilegalidade do desconto”, explica o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis.
“Cabe lembrar ainda que a greve geral, além de ser contra as reformas da Previdência, trabalhista e terceirização, também foi em defesa dos bancos públicos, como a Caixa, que passam por um processo de desmonte promovido pelo governo Temer. Os empregados pararam também em defesa da Caixa, do seu papel como banco público, fundamental para o desenvolvimento e retomada econômica do país”, acrescenta o dirigente.
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Discriminação – O Sindicato também recebeu diversas denúncias de que a Caixa está discriminando os empregados que aderiram à greve geral, prática antissindical que será apontada na ação do Sindicato.
“Em um departamento os gestores chegaram a pedir aos empregados para formalizar via e-mail se não foram no dia 28 por conta da adesão à greve ou por não terem conseguido chegar ao local de trabalho. Outro gestor resolveu registrar falta para bancários que possuem carro e abonar a ausência dos que não têm. Em outro departamento, na zona leste de São Paulo, no qual dez empregados aderiram à greve, o gestor abonou nove deles e deliberadamente registrou falta para um. Nesse último caso, a questão foi resolvida após o Sindicato orientar o gestor”, relata Dionísio.
Denuncie – Os bancários que se sentirem discriminados ou sofrerem qualquer forma de perseguição por conta da adesão à greve geral devem denunciar ao Sindicato por intermédio dos dirigentes, pela Central de Atendimento (3188-5200) ou pelo WhatsApp da entidade (11 97593-7749).