Já foi dada a largada para a Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2018. Em assembleia que lotou a Quadra, na noite dessa terça-feira 22, trabalhadores de bancos públicos e privados elegeram - em chapa única, com representantes da CUT, CTB, Intersindical e Conlutas - delegados para a Conferência Estadual, que ocorrerá neste sábado 26. No encontro serão debatidas as prioridades dos bancários e bancárias de São Paulo, a serem levadas à Conferência Nacional que, por sua vez, debate e aprova a pauta de reivindicações a ser negociada com a Fenaban (federação dos bancos). A 20ª Conferência Nacional da categoria será em São Paulo, nos dias 8, 9 e 10 de junho.
A presidenta do Sindicato, Ivone Silva, destaca que a Campanha começa mais cedo este ano, por conta do desmonte dos direitos trabalhistas promovido pelo governo golpista de Temer e seus aliados no Congresso. “Um dos pontos da lei trabalhista de Temer é o fim do princípio da ultratividade, que garantia a validade da CCT até a assinatura de um novo acordo. Ou seja, direitos como PLR, VA e VR, licenças maternidade e paternidade ampliadas, jornada de seis horas e todos os demais estarão em risco a partir de 31 de agosto, que é quando vence a nossa CCT. Por isso temos de estar mais do que nunca mobilizados, para exigir da Fenaban que cumpra a ultratividade e que respeite essas conquistas, que são fruto de décadas de luta”, diz.
A dirigente reforça ainda que os bancos, com lucros cada vez maiores, não têm nenhuma justificativa para descumprir esses direitos históricos da categoria. “Apenas no primeiro trimestre deste ano, Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil alcançaram R$ 17,4 bilhões de lucro, isso representa 11,4% mais do que lucraram no primeiro trimestre de 2017. Ou seja, eles não têm a menor desculpa para não valorizar os trabalhadores que constroem esse resultado astronômico.”
Consulta
Como em todas as campanhas, o movimento sindical bancário está consultando a categoria em todo o país sobre suas prioridades para a Campanha 2018. O Sindicato já disponibilizou a consulta aos bancários de São Paulo, Osasco e região em locais de trabalho e no site. Os resultados dessa consulta também serão levados aos debates das conferências Estadual e Nacional.
Temas prioritários
Além da defesa da CCT, a Campanha 2018 deverá abordar como prioridades a luta contra pontos nefastos da lei trabalhista de Temer (13.467/2017) como a terceirização irrestrita (prevista até nas atividades fim das empresas) e o fim das homologações nos sindicatos. Este ponto da lei tem prejudicado muitos bancários que, sem a orientação dos sindicatos, acabam saindo dos bancos sem receber a totalidade de suas verbas rescisórias.
Também serão prioridades a defesa dos empregos, o combate às demissões em massa, a defesa dos bancos públicos e da democracia brasileira.
BB e Caixa
Os temas específicos dos funcionários do BB e dos empregados da Caixa serão tratados em seus respectivos congressos nacionais, que antecedem a Conferência Nacional e ocorrem nos dias 7 e 8 de junho. Tanto os bancários do BB quanto da Caixa, da base do Sindicato, já elegeram seus delegados para os encontros.
Bancos privados
Os trabalhadores das três maiores instituições financeiras privadas, Itaú, Bradesco e Santander, também realizam encontros por banco. Esses debates também ocorrerão nos dias 7 e 8 de junho.