Em uma dura nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defendeu os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e criticou reformas que atacam os que mais precisam de empregos de qualidade e políticas sociais para viver com o mínimo de dignidade. A reportagem é da CUT.
No texto, os bispos brasileiros dizem que é preciso “vencer a tentação da indiferença e da omissão, e que os católicos e pessoas de boa vontade devem assumir a defesa de seus direitos e de suas justas reivindicações”.
Em uma clara referência à reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer, a CNBB criticou o uso da crise econômica para provocar a perda dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e aumento ainda maior dos lucros das empresas. É preciso pensar no bem comum, disseram os bispos.
“Nos projetos políticos e reformas, o bem comum, especialmente dos mais pobres, e a soberania nacional, devem estar acima dos direitos particulares, políticos e econômicos. O trabalho não pode ser governado por uma economia voltada exclusivamente para o lucro, sacrificando a vida e os direitos dos trabalhadores”, diz o texto.
A mensagem cita ainda palavras do Papa Francisco, que diz “há poucas dores maiores do que as do trabalho, quando ele explora, esmaga, humilha e mata”.
Os bispos lembram que “trabalho não é mercadoria” e que no 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, a Igreja coloca-se ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras em sua luta por justiça e dignidade, sobretudo neste momento de prolongada crise vivida pelo Brasil.
Na mensagem aos brasileiros, os bispos pedem que “Deus conceda a graça de construirmos um país verdadeiramente justo e democrático, pois o senhor nosso Deus ama a justiça e o direito”.
A carta é assinada pelo cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, por Dom Murilo S. Ramos Krieger, vice-presidente e Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília, secretário-geral.
Leia a íntegra da carta.