Professores da rede particular de ensino de São Paulo fizeram paralisação na manhã de quarta-feira 23 pela manutenção dos direitos da categoria. Eles denunciam que o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp) – entidade que representa as escolas particulares – chegou a exigir a retirada de quase metade das cláusulas que constam da convenção coletiva. Os professores não aceitaram e os representantes do setor patronal se retiraram unilateralmente das negociações. No primeiro dia, ao menos 33 escolas devem ter suas aulas suspensas.
A paralisação, de acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro), afeta dezenas de unidades na capital paulista, incluindo escolas tradicionais como Colégio Santa Cruz, Escola da Vila, Colégio Santa Clara, Escola Vera Cruz e Escola Nossa Senhora das Graças.
Segundo os professores, a convenção vinha sendo aprimorada, ao longo de 20 anos, a partir da negociação entre as partes. Mas desta vez, inspirados pela reforma trabalhista do governo Temer, os patrões se recusaram a retomar as negociações, mesmo após audiência de conciliação na Justiça, realizada no dia 17. Retirados os direitos, o Sinpro afirma que os professores receberão menos, terão de trabalhar mais e verão aumentar a rotatividade no emprego, com impacto direto na qualidade do ensino.
O Sinpro informa ainda que alguns colégios de "elite" comprometeram-se individualmente a manter as cláusulas previstas em convenção, mas essas decisões são insuficiente e trazem riscos. "Não se pode achar que, se no colégio do seu filho tudo está bem, então tudo está bem. Se há piora geral da qualidade da educação, isso atinge a todos", diz o sindicato, em nota.
Além de realizar aulas públicas, os professores se reúnem na tarde de quarta, primeiro na sede do sindicato às 14h. Depois, farão um ato público no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para deliberar sobre os rumos do movimento. Leia a reportagem completa na Rede Brasil Atual.
Professores da rede particular do ABC
Segundo o portal CUT, os professores do ABC também realizam diversas atividades no trânsito da região para chamar a atenção da população para a campanha salarial da categoria, e uma possível greve a partir do dia 28 de maio, caso não haja acordo com o sindicato patronal.
Com faixas, cartazes e panfletos, os professores denunciam que o setor patronal quer retirar direitos básicos da categoria com base na reforma trabalhista, além de não querer assinar o acordo por conta de alguns itens como o pagamento da semestralidade aos docentes demitidos durante o semestre, homologação no sindicato e bolsa de estudos aos filhos dos professores e professoras.
Na tarde de quarta, os professores fariam uma assembleia geral da categoria, na sede do Sinpro ABC – Rua Pirituba, 61 – Bairro Casa Branca – Santo André, para informes e esclarecimentos. E às 17h, se uniriam em manifestação conjunta com os demais sindicatos da categoria no vão livre do Masp, na avenida Paulista.