A política de cortes do Itaú ficou ainda mais agressiva em 2019 e não poupa ninguém. A última vítima das demissões foi um bancário do CA Zona Leste, com mais de 32 anos de banco, faltando apenas cinco meses para entrar na estabilidade pré-aposentadoria. O bancário, para agravar ainda mais a crueldade cometida pelo Itaú, está em tratamento médico, sendo portador de epilepsia e transtorno de pânico.
“O bancário demitido tem histórico de problemas de saúde, inclusive relacionados com a atividade laboral. Em 2014, quando trabalhava na Vila Mariana, teve um ataque epilético, teve convulsão e bateu a cabeça no teclado. Na ocasião, o Itaú tinha retirado a ambulância do local, o que fez com que o atendimento médico demorasse. Antes que uma das ambulâncias do banco conseguisse chegar ao local, já que estavam no CEIC e no CTO, o SAMU foi acionado e chegou mais rápido”, relata o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú Sérgio Lopes, o Serginho.
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“A demissão desse bancário, que dedicou uma vida ao banco e que está com a saúde abalada é um completo desrespeito. O banco justificou que as avaliações dele estavam baixas. Entretanto, o estado de saúde desse trabalhador é de conhecimento do banco e dos gestores . Nem mesmo os bancários em perfeitas condições de saúde atingiam as metas abusivas impostas. Entramos em contato com o banco, que se negou a rever a demissão. Falou para entrar na Justiça. Uma crueldade”, acrescenta.
O dirigente conta ainda que o banco quebrou compromisso com a representação dos trabalhadores. “Foram demitidos diversos bancários no CA Zona Leste. Diante dos cortes, procuramos o banco, que ficou de verificar a possibilidade de não haver mais demissões. Entretanto, na última segunda foram demitidos mais três trabalhadores. Novamente procuramos o banco, que se comprometeu a não demitir mais. Apenas um dia após firmar o compromisso, o Itaú demitiu mais três funcionários, entre eles o bancário adoecido e próximo da estabilidade pré-aposentadoria.”
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Serginho relata ainda outra demissão com requinte de crueldade pelo Itaú. No CAT, o banco demitiu uma bancária assim que foi encerrada a estabilidade posterior à licença-maternidade. “Mais uma prova de insensibilidade por parte do banco. Demitir uma mãe em um momento que toda família necessita de recursos.”
“É inadmissível que um banco como o Itaú – que teve lucro de R$ 6,9 bilhões no 1º trimestre, crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2018 – trate seus funcionários como meros números, sem qualquer sensibilidade pelo ser humano. Cobramos que o banco, ao invés de demitir, utilize o Programa de Realocação. Que não está sendo utilizado, privando o bancário da chance de buscar uma nova posição dentro do Itaú”, conclui o dirigente do Sindicato.