Em 13 de maio de 1888, após a pressão dos negros, através de fugas, motins, revoltas populares, compra de alforrias, entre outros, o regime escravocrata brasileiro chegou ao fim.
Esta etapa é considerada pelos especialistas como o período da barbárie, onde os negros são deixados à própria sorte, explorados como força de trabalho por mais de 350 anos. São colocados à margem da sociedade e vítimas do processo de embranquecimento estruturado pelas mentes pensantes do Brasil, que passam a estimular o ingresso de imigrantes europeus, principalmente portugueses e italianos.
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Nesta fase, os imigrantes recebiam o que hoje denominamos como cotas, terra para cultivo, educação, recursos para as despesas iniciais, serviços médicos...Também com o início da industrialização no Brasil, a elite tinha em mente que se os negros começassem a ocupar estes lugares na indústria nacional, teriam uma elite negra poderosa.
Assim, o racismo estrutural e institucional se estabeleceu de forma precisa, visando a marginalização do povo negro, que ficou excluído do projeto nacional de país. A total ausência de políticas públicas voltadas para o povo negro, proporcionou desesperança e falta de expectativa, enquanto os privilégios foram sendo centralizados nos descendentes de europeus.
A democracia racial, sustentada por Gilberto Freyre, tornou-se fundamental para fomentar internamente e, no exterior, que os brasileiros viviam uma tranquilidade racial, questão que é defendida até os dias atuais.
Felizmente o povo negro sempre lutou visando combater as injustiças, inicialmente com grupos de ajuda mútua, na sequência com a formação da Frente Negra Brasileira. Houve ainda inúmeros jornais, o Teatro Experimental do Negro, o Movimento Negro Unificado, entre outras inúmeras entidades represent0ativas que buscaram resgatar a cidadania negra.
“Nos dias atuais, consolidamos 132 anos de uma abolição inacabada, economicamente, socialmente e politicamente. Somente conseguiremos combater tais práticas com a compreensão de todos, principalmente combatendo os critérios de privilégio, visando a igualdade de oportunidades”, comenta Ana Marta Lima, dirigente sindical e coordenadora do Coletivo Racial do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.