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Chapéu
#ParadaTotal

Sindicato cobra políticas mais efetivas dos governantes

Linha fina
Brasil já caminha para ser o epicentro da pandemia de coronavírus e SP é o estado com mais infectados; medidas incompletas como rodízios de carros e feriados sem adesão de todos os setores não são suficientes
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Pela primeira vez, o Brasil registrou mais de mil mortes por coronavírus (1.179) em apenas 24 horas. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde de terça-feira 19, o total de mortes chegou a 17.971 e já são 271.628 casos de covid-19. Com esses dados, o país ocupa o terceiro lugar no mundo em números de casos, perdendo apenas para os EUA e a Rússia, e caminha para ser o novo epicentro da doença. No estado de São Paulo já se contabiliza 5.147 mortes e um total de 65.995 contaminados; na terça-feira 19, o estado alcançou o recorde de 324 mortes em 24 horas. A taxa de ocupação de leitos de UIT no estado ultrapassou 70% e na capital já está acima de 90%.

“Está claro que estamos vivendo a crise sanitária mais alarmante da história e caminhamos a passos largos para o colapso total do nosso sistema de saúde. A OMS e os maiores cientistas do país e do mundo apontam que, enquanto não achamos remédios e vacinas totalmente eficazes para conter o vírus, a única forma de achatarmos a curva de mortes e contaminações é o isolamento social. No entanto, não vamos conseguir vencer essa guerra sem medidas de fato eficazes no sentido de conter a circulação de pessoas no estado e na capital. Por isso cobramos do governo federal e dos governos estadual e municipal de São Paulo ações mais efetivas nesse sentido”, diz a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro.

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Neiva reforça que as medidas adotadas pela Prefeitura e pelo governo do Estado até agora não foram suficientes para alcançar a taxa de 70% de isolamento social, que é a considerada ideal para conter a propagação do vírus. “O rodízio mais restritivo que foi decretado pelo prefeito Bruno Covas se mostrou inócuo porque apenas forçava os trabalhadores a lotarem ainda mais os transportes coletivos, uma vez que ficavam impedidos de usar seus carros particulares, que é o meio mais seguro de se locomover. Enviamos ofício à Prefeitura e entramos com mandado de segurança contra a medida no TJ, mas felizmente o prefeito percebeu que o rodízio se mostrou ineficaz e abandonou a medida.”

Ela cita ainda como ação ineficaz a antecipação de feriados que deixou de fora setores importantes da economia, como o financeiro. “Depois do fracasso do rodízio, o prefeito antecipou dois feriados municipais para esta quarta 20 e quinta-feira 21, decretando ponto facultativo nesta sexta 23, e o governador João Doria tenta antecipar o feriado de 9 de julho para esta segunda-feira 25, o que pode resultar em um 'feriadão' de seis dias. Mas eles deixaram de fora os bancos, que alegaram 'risco sistêmico' para continuarem funcionando todos esses dias. Mais uma medida paliativa porque com bancos abertos e outros setores da economia funcionando, não vamos conseguir alcançar a taxa de isolamento social ideal. Já está mais do que na hora de os governantes decretarem uma parada total. E, por outro lado, um programa de renda mínima que de fato chegue a todos os que necessitam, porque sem isso as pessoas não vão conseguir ficar em casa”, defende a dirigente.

O Sindicato reivindicou, em mesa de negociação com a Fenaban (federação dos bancos) na tarde de terça-feira 19, que os bancos aderissem aos feriados, mas sem sucesso. “Os bancos foram irresponsáveis e tiveram o consentimento de prefeito e governador. Outro problema dos feriados é que, sem barreiras nas estradas, muitos moradores de São Paulo podem deixar a cidade em direção ao litoral e interior, o que causará problemas a esses municípios, como apontaram alguns prefeitos. Por isso o Sindicato cobra medidas mais enérgicas e até a parada total. Só assim poderemos começar a reverter a crise sanitária, que até agora só aumenta”, diz Neiva.

Parada total com renda emergencial

Neiva reforça que o isolamento social só será efetivo com um programa de renda básica para informais e desempregados. “O governo federal, que está na contramão da ciência e contrário ao isolamento, tem de ser pressionado para que implemente um programa de renda verdadeiramente eficaz. O auxílio emergencial, que só chegou a R$ 600 por determinação do Congresso [o governo Bolsonaro havia decidido por R$ 200], não chegou nas mãos de muitas pessoas. Muita gente até agora não recebeu a primeira parcela, e outras milhões estão se aglomerando nas agências da Caixa para receber a segunda parcela. Não está sendo suficiente para todos e não está sendo distribuído de forma descentralizada, de modo a não gerar grandes filas nas unidades da Caixa. Além disso, os governos estaduais e municipais também têm que estabelecer programas de renda emergencial. Enquanto isso não acontecer, as pessoas vão continuar saindo de suas casas em busca de sobrevivência”, constata.

Categoria bancária fazendo sua parte

Neiva lembra que os bancários foram uma das primeiras categorias a conquistar ações preventivas e de segurança contra o coronavírus. Assim que foi considerada uma pandemia pela OMS, o movimento sindical bancário estabeleceu com os bancos um comitê bipartite de crise, que se reúne frequentemente por videoconferência para debater e tomar medidas de proteção à vida de bancários e clientes.

“Graças às nossas reivindicações, hoje 55% da categoria está em casa, ou afastada por ser do grupo de risco à covid-19 ou em home office. Também conseguimos estabelecer um protocolo de ação para casos de contaminação, que inclui fechamento e sanitização do local de trabalho e quarentena para todos os trabalhadores que tiveram contato com a vítima. Mas tudo depende de ficarmos sempre atentos e atuantes porque algumas instituições financeiras tentam burlar o acordado em mesa. Por isso, contamos com os bancários para que denunciem qualquer irregularidade. Entrem em contato conosco se seu banco ou financeira não estiver cumprindo o combinado”, orienta.

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