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Na pandemia e com lucro crescente, Itaú massacra bancários com metas

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Ilustração de um bancário sendo cobrado por metas

Mesmo em meio à uma pandemia e com lucro de 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021 - alta de 63,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 18,7% na comparação com o trimestre anterior - o Itaú segue massacrando os bancários com metas abusivas. De acordo com relatos dos trabalhadores, maio começou com muitas cobranças e aumento das metas. 

> Itaú lucra R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021

Em reuniões com gerentes regionais, realizadas nesta semana, foi cobrado que não poderia haver nenhum produto zerado no Gera; atuação no VAI, com ligações efetivas (que resultam em venda); percentuais acima de 30% nos itens renegociação e crédito, na primeira semana; e mensuração de números específicos para PIC e seguro de cartão. Em maio, houve ainda aumento por volta de 17% no equilíbrio de contas (créditos), 10% no item sorte (PIC), e 12% em proteção (seguros). 

“O bancário tem 22 dias úteis para cumprir as metas, mas o mês já começou com uma pressão absurda. O VAI virou um instrumento de tortura, uma vez que os clientes já não atendem mais as ligações. Em home office, o bancário faz em média 45 ligações diárias e o resultado no final do dia é que ele falou com 5 clientes, em média” relata a dirigente do Sindicato e bancária do Itaú, Márcia Basqueira. 

Segundo a dirigente, também são cobradas ligações efetivas nas agências, um ambiente no qual o bancário precisa ainda atender os clientes, telefones, entre outros afazeres. O Itaú justifica a cobrança com a alegação de que houve uma diminuição no fluxo de clientes. 

Além disso, no item renegociação, os bancários que atingem a meta são “premiados” com aumento por volta de 25% na meta do mês seguinte. 

“A rotina de uma agência não pode ser mensurada por ‘diminuição de fluxo’. Os bancários estão indo trabalhar com medo, expostos ao vírus. O cenário geral é de incerteza e grave crise econômica. Não vivemos uma situação normal. Aumentar metas e pressionar os bancários desta forma, neste momento, é uma tortura psicológica. Cobramos que o Itaú tenha empatia e respeito pelos bancários, que constroem resultados tão expressivos, e mude com urgência esta postura”, conclui Márcia. 

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