Bancários, metalúrgicos, químicos, professores e trabalhadores e trabalhadores de diversas categorias, estudantes e movimentos sociais se concentraram na Praça Charles Muller (Pacaembu), no ato do 1º de Maio em São Paulo, na luta por “Emprego, direitos, democracia e vida” – tema do Dia Internacional do Trabalhador deste ano – e para manifestar a insatisfação com o governo de Jair Bolsonaro e sua política de destruição do país.
O ato, que iniciou às 10h e segue pela tarde, é realizado em conjunto por todas as centras sindicais: CUT, Força Sindical, Intersindical, CTB, UGT, Nova Central e Pública. Reuniu lideranças sindicais e contou com a presença de políticos como Fernando Haddad (PT), Gleisi Hoffmann (PT), Eduardo Suplicy (PT), Guilherme Boulos (Psol) e do pré-candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Além de diversas atrações musicais como Dexter, Lecy Brandão, e segue com Francisco El Hombre e Daniela Mercury (assista ao vivo pela TVT).
No palco, Lula destacou as mazelas do Brasil atual e lembrou como era no tempo em que governava o país.
“Todos vocês, mesmo os jovens, devem ter um parente que já viveu melhor quando eu governava este pais. O salário mínimo tinha aumento real todo ano. Além de recuperar a inflação, a gente dava o crescimento do PIB no ano anterior, e isso fez com que o salário mínimo subisse 77% no meu governo. Eles diziam que se aumentasse o salário mínimo, viria a inflação, mas a inflação no período ficou dentro da média estabelecida por nós, de 4,5%. Numa demonstração de que pode sim aumentar o poder aquisitivo do povo brasileiro."
Luiz Inácio Lula da Silva
“Ontem os jornais deram que a inflação do mês é a maior em 27 anos. Significa que quando a inflação cresce, o salário diminui. Significa que o carrinho de supermercado fica menor, que na mesa de vocês falta alimentos. Então temos que melhorar os salários e diminuir a inflação. Vamos pegar um país destruído, mas tenho certeza que da mesma forma que vocês ajudaram a gente a construir o Brasil naquele momento, nós vamos voltar a chamar o povo em conferências para dizer o que tem que ser feito nesse país, porque quem tem que decidir isso não é nenhum capitão, são os trabalhadores desses país, os estudantes, as mulheres. Vamos voltar a ter um país civilizado. Este Lula que vocês estão vendo tem 76 anos de idade, mas tem uma energia de 30 anos e o tesão de brigar por este país é o maior que já tive na minha vida. Iremos recuperar o Brasil para o povo brasileiro e os trabalhadores voltarão a ser respeitados nesse país.”
Luiz Inácio Lula da Silva
Bancários nas ruas por um país mais justo
Dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região também marcaram presença no ato.
A presidenta do Sindicato, Ivone Silva, discursou no palco do evento e destacou as ameaças que o atual presidente faz à democracia.
“Dia e noite ele faz tudo contra a democracia, o que causa a total instabilidade do país, prejudicando a população. Por isso este ato é também para pedir que todos votem, em outubro, em deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e principalmente em um presidente que trabalhem pelos direitos dos trabalhadores. Este ano vai definir se vamos conseguir mudar a lei trabalhista que tem sido nefasta para a classe trabalhadora.”
Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
A secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, destacou que o ato nas ruas, depois de dois anos de pandemia, representava a esperança por um Brasil melhor, de reconstrução, que possa reverter a destruição que veio após Temer e Bolsonaro.
O vice-presidente da CUT São Paulo e dirigente sindical bancário, Luiz Cláudio Marcolino, ressaltou que o ato mostra a união de todas as centrais sindicais, dos estudantes e trabalhadores, do campo e da cidade na defesa de um Brasil soberano, democrático e com justiça social.
O dirigente sindical bancário Edson Carneiro, o Índio, ressaltou a necessidade de mobilização para derrotar o atual governo. “Mais do que nunca é fundamental nos organizar e nos mobilizar. O que está em jogo agora é derrotar o governo Bolsonaro, que deixou o preço da gasolina explodir, que provoca desemprego para reduzir o valor dos salários, que quer beneficiar o grande capital, os banqueiros.”
Derrotar o fascismo
Fernando Haddad lembrou que a cada 4 anos, o 1º de maio antecede as eleições presidenciais. “Estamos num momento muito delicado da política nacional. Temos cinco meses para fazer campanha e colocar novamente esse país no rumo do desenvolvimento e da justiça social.”
Guilherme Boulos saudou Lula como o “futuro presidente do país”, e lembrou que o 1º de maio é homenagem a uma greve histórica em 1886, em Chicago (EUA), na qual uma das principais reivindicações era a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas. “E hoje há milhares de jovens trabalhando 12 horas ou mais por dia de uber ou como entregadores de aplicativos, sem nenhum direito trabalhista. Este ano é uma encruzilhada histórica em nosso país, são os direitos contra os privilégios, é a democracia contra a barbárie. Mas não tenham dúvidas que vamos derrotar o fascismo. Que esse seja o último 1º de maio com um miliciano na presidência do país.”
Por Emprego, Direitos, Democracia e Vida!
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região preparou uma série de reportagens abordando cada um dos temas deste 1º de Maio. Seguem os links abaixo:
- No Brasil de Bolsonaro, empregos sem direitos já ultrapassam os com carteira assinada
- Mais de 30 violações dos direitos humanos desde a posse de Bolsonaro
- Sob Bolsonaro, direitos dos trabalhadores estão ameaçados
- Com Bolsonaro, democracia no Brasil está em permanente ameaça
- "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?" O desprezo de Bolsonaro pela vida