Pular para o conteúdo principal

Gestão da Caixa é ré confessa em assédio moral na zona leste

Imagem Destaque

Desde o final de 2021 o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Apcef/SP vem apurando denúncias de assédio moral no âmbito da SEV Itaquera na zona leste da capital. Após as entidades cobrarem providências à superintendência de rede Leste, pesquisa de clima foi iniciada e a gestora teria recebido feedback acerca de seu comportamento, mas sem registro no sistema de acordo com informação recebida pelas entidades.

No dia 11 de abril, em mais uma rodada de reunião acerca do assunto, a superintendência informou às entidades que sua pesquisa institucional também identificou problemas com o clima organizacional, o que pode ser lido como ambiente de trabalho adoecedor. O documento não foi disponibilizado às entidades, pois conforme a superintendência, seria confidencial.

Em novas conversas com os empregados, o assédio moral persiste. “A maneira de cobrar objetivos como se as pessoas não fossem inteligentes ou se não estivessem fazendo mais nada em seus locais de trabalho, ou ainda como se bater todas as metas fosse uma questão de simples competência, e qualquer conjuntura não pudesse explicar o que os empregados estão passando, como falta de empregados nas agências, excesso de demanda, pagamentos sociais, agências lotadas, afastamento de colegas… Não fez meta, é incompetente”, relata Danilo Perez, dirigente sindical e empregado da Caixa.

“É inadmissível que a Caixa seja gerida dessa maneira. Sabemos que é o mote da gestão atual, haja vista a GDP 2021, mas não vamos deixar passar que as superintendências instituam nas agências esse modelo adoecedor, e elas nem deveriam tentar, uma vez que é insustentável. As pessoas adoecem, deixam as funções, necessitam de licenças médicas de tanta pressão, e fica cada vez mais difícil atender e também fazer negócio. Se quem só vê números não entende o mal que o assédio causa nas vidas das pessoas, que faça as contas de quantos produtos vende um colega afastado”, acrescenta Vivian Sá, dirigente sindical e empregada da Caixa.

Uma das providencias tomadas a partir do resultado da pesquisa de clima foi a criação de um grupo de trabalho formado para melhorar o clima organizacional da região. O grupo integrado por 20 empregados de diversas funções e atividades já começou a se reunir.

O Sindicato e a Apcef/SP esperam que tenha resultado positivo, mas existe uma pendência que não pode ser tratada por esta iniciativa: trata-se da perseguição contra colegas que fizeram denúncias em rede social contra o assédio moral praticado pela gestão da SEV Itaquera.

A Apcef/SP e o Sindicato fazem apelo aos bancários para que denunciem exclusivamente às entidades. Mas é importante ressaltar: As entidades sindicais não aceitam qualquer tipo perseguição.

“O Sindicato e a Apcef/SP nunca aceitaram esse tipo de conduta por parte da gestão da empresa contra qualquer colega, de qualquer função, em qualquer local de trabalho, ou qualquer histórico de posicionamento político. Ressaltamos ainda que um colega da região que sofre apuração de responsabilidade com relação a postagens nas redes sociais, está recebendo atendimento jurídico. A gestão da Caixa tenta desviar o foco do assédio dando peso na forma como a denúncia foi feita, ou seja, pelas redes sociais. Mas voltamos a afirmar, e a Caixa acaba de confessar: as denúncias de maneira geral são graves e verdadeiras”, afirma Vivian Sá.

seja socio