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Uso eleitoreiro da Caixa por Bolsonaro foi denunciado antes pelo Sindicato

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Charge fazendo referência ao calote deixado na Caixa por Bolsonaro

Na última semana, uma reportagem da jornalista Amanda Rocha, no portal UOL, teve destaque na mídia ao abordar o uso eleitoreiro da Caixa por Bolsonaro na tentativa de se reeleger, o que provocou um calote bilionário no banco público. 

Porém, enquanto a grande imprensa fechava os olhos para os desmandos no banco público, o Sindicato e demais entidades representativas dos bancários e empregados da Caixa como, por exemplo, Contraf-CUT (leia o histórico de denúncias), Fenae e Apcef-SP já denunciavam exaustivamente o uso eleitoreiro da Caixa por Bolsonaro; pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães; e também, posteriormente, pela sua sucessora e ex-presidenta da Caixa, Daniella Marques.   

“Nos causa no mínimo estranheza o fato de que quando Bolsonaro estava na presidência, e mesmo durante as eleições, o uso eleitoreiro da Caixa não tenha recebido o devido interesse por parte da grande imprensa, ainda que o movimento sindical tenha denunciado de forma exaustiva o que se passava no banco”,

Luiza Hansen, dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e empregada da Caixa

A denúncia de uso eleitoreiro cita duas medidas provisórias para criar linhas de crédito para devedores com nome sujo e para beneficiários do Auxílio Brasil. Ambas as iniciativas foram lançadas em 2022, ano eleitoral e, no caso do consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, o produto começou a ser ofertado em 10 de outubro, em pleno segundo turno da campanha presidencial.  

“A Caixa tem um importante papel social na concessão de crédito mais barato e operação de programas sociais. Este papel do banco público precisa ser fortalecido e valorizado. Porém, o que Bolsonaro e Pedro Guimarães fizeram na Caixa, em plena pandemia, foi enfraquecer este papel social do banco enquanto davam certo verniz social para as suas estratégias eleitoreiras, que provocaram um verdadeiro desfalque no banco público. Desvirtuaram a função social da Caixa. Nossa expectativa é de que este caso seja rigorosamente apurado e os responsáveis severamente punidos”

Francisco Pugliesi, diretor executivo do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e empregado da Caixa

Histórico de denúncias  

O Sindicato, antes mesmo do ano eleitoral de 2022, já denunciava o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por utilizar o banco público como ferramenta de autopromoção, visando viabilizar seu nome para uma possível candidatura, que chegou a ser especulado na imprensa até mesmo como possível vice de Bolsonaro na disputa pela reeleição.  

Em junho de 2021, o Sindicato publicou a matéria Enquanto Pedro Guimarães viaja e se autopromove, Covid-19 levou mais de 80 empregadosNo mês seguinte, foi ao ar a matéria Caixa Econômica Federal: de indutora do desenvolvimento a trampolim políticoEm setembro do mesmo ano, mais uma matéria denunciando o uso político e eleitoral da Caixa: Enquanto Pedro Guimarães sonha com a política, a Caixa sofre as consequências

Já em 2022, em setembro, poucas semanas antes do primeiro turno, o Sindicato publicou a matéria Enquanto empregados sofrem com metas, Caixa vira instrumento político-eleitoralque denunciou o uso do evento de lançamento do programa Caixa Para Elas pela então presidenta da Caixa, Daniella Marques, para fazer campanha para Jair Bolsonaro.  

Em outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições, o Sindicato realizou um protesto denunciando o uso eleitoral da Caixa, que foi divulgado na matéria Bancários denunciam uso eleitoral da Caixa.  

“Nós, empregados, sabemos bem o que enfrentamos no último governo: assédio, ataques aos direitos, deterioração das condições de trabalho, sobrecarga, fatiamento do banco e venda de áreas lucrativas, entre muitos outros desmandos. Este caso do uso eleitoreiro da Caixa por Bolsonaro, denunciado exaustivamente pelo movimento sindical, deixa uma lição. Quer saber o que se passa de fato em uma empresa pública? Fale com os trabalhadores e seus representantes. Sempre!", conclui Luiza Hansen.  

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