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Caixas e tesoureiros: Caixa encerra negociação sem proposta, mas se compromete em manter o quadro e direitos

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Foto: Augusto Coelho/Fenae

Nesta quarta 28, a Caixa encerrou a negociação sobre questões específicas das funções de caixas e tesoureiros, pendentes desde a Campanha Nacional dos Bancários 2024. A decisão do banco de encerrar a negociação ocorreu após a representação dos empregados se recusar a dar aval para retirada de direitos.. A atuação da representação dos empregados fez com que a Caixa se comprometesse com a manutenção do quadro atual e dos direitos e, caso pretenda fazer qualquer mudança, trazer o tema para negociação.

“Nós não admitimos qualquer retirada de direitos dos trabalhadores. Foi assim durante a Campanha dos Bancários 2024 e também agora na negociação específica. Mesmo a Caixa encerrando a negociações, conquistamos o compromisso do banco em não cortar direitos. Assim, neste momento, as funções permanecem como estão e, caso a Caixa pretenda fazer mudanças, o tema terá de ser levado para negociação. Isto é muito importante, especialmente diante dos boatos de que já haveriam novas funções para caixas e tesoureiros. É importante que sigamos atentos a qualquer novidade, que traga novamente insegurança aos empregados, e mobilizados na defesa dos direitos”

Luiza Hansen, dirigente do Sindicato e empregada da Caixa

“Em 2024, a última proposta que a Caixa trouxe para a mesa de negociação retiraria direitos, sem garantia de que os empregados que exercem atividades de caixas e tesoureiros, sem nomeação efetiva, seriam as pessoas nomeadas para as prometidas vagas efetivas. Nem mesmo informou a quantidade de trabalhadores em função minuto, o que impossibilitou avaliar se a proposta seria o fim da atividade por minuto”, acrescenta.

Relembre como foram as negociações

Quebra de caixa

Com relação à quebra de caixa, mesmo se um acordo fosse fechado, o banco continuaria questionando na Justiça o pagamento de forma acumulada com a gratificação de função.

Inicialmente, a Caixa queria que os empregados renunciassem, no ACT, ao direito a verba de quebra de caixa. Nas negociações, a Caixa recuou e abriu mão desta exigência, mas deixou claro que continuaria questionando o direito na Justiça, mesmo com jurisprudência de que a quebra de caixa e a gratificação de função possuem naturezas distintas.

A Caixa pretendia ainda impedir novos nomeados de ingressar na Justiça para requerer a verba de quebra de caixa que não paga pelo banco, uma vez que entende que esta verba não pode ser paga de forma cumulativa a gratificação de função.

Intervalo 10/50

Caso o acordo fosse aceito, a Caixa manteria sua posição de não reconhecer o direito da pausa de 10 minutos após 50 minutos trabalhados pelos caixas.

Tesoureiros

Se o acordo fosse aceito, novas designações para tesoureiro executivo seriam apenas para jornada de seis horas, com redução salarial.

Os empregados que hoje têm jornada de oito horas poderiam optar pela jornada de seis horas e fazer uma CCV para acerto dos cinco últimos anos.

Quem não tem ação de 7ª e 8ª horas não poderia mais requerer o pagamento das horas realizadas a partir da assinatura do acordo. Somente poderia pleitear na Justiça as horas realizadas anteriores à assinatura.

Outros assuntos abordados na negociação desta quarta 29

Teia

A representação dos empregados questionou a Caixa sobre garantias para empregados que atuam no programa Teia (Transformação, Engajamento, Inovação e Aprendizado), que tem provocado preocupações e angústia entre os trabalhadores.

O banco afirmou, mais uma vez, que não haverá perda salarial e nem retaliações para o empregado que voltar para sua unidade de origem. A representação dos empregados defende que a Caixa formalize o compromisso por escrito, garantindo assim os mesmos direitos que o empregado tinha quando atendeu ao chamado do banco para fazer parte do programa.

Telefonistas

A Caixa também foi cobrada por esclarecimentos sobre o processo de demissão de três mil telefonistas. Após pressão do Sindicato, junto com demais entidades representativas, a medida foi suspensa inicialmente por 30 dias.

Na negociação desta quarta 29, a Caixa informou que as demissões permanecem suspensas até nova definição por parte da direção do banco.

Saúde Caixa – Comitês de Credenciamento e Descredenciamento

A Caixa apresentou para a representação dos empregados uma proposta para comitês de credenciamento e descredenciamento no Saúde Caixa, a serem implementados em julho. O calendário está sendo avaliado.

Saúde Caixa – Fim do teto para custeio pelo banco e reajuste zero

A representação dos empregados protestou contra a manutenção do teto de gastos para o custeio pelo banco com a saúde dos trabalhadores, de 6,5% da folha salarial, instituído no estatuto da Caixa em 2017.

“É lamentável a postura da direção da Caixa de não se empenhar na resolução desta questão do fim do teto, uma prioridade para os empregados. Até que haja uma solução que impeça novos aumentos na mensalidade, vamos continuar nossas atividades pelo reajuste zero e pelo devido aumento do custeio do banco no Saúde Caixa, que só será possível com o fim do teto”, conclui Luiza Hansen.

Calendário de negociações

A representação dos empregados cobrou a retomada das negociações com a Caixa, que vai elaborar um cronograma de reuniões e submeter a avaliação das Cee/Caixa.

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