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Fechamento de agências e terceirização fraudulenta pelo Santander são temas de audiência pública em Brasília

Vídeo Youtube

Nesta segunda-feira, 19 de maio, foi realizada audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em Brasília, por iniciativa do deputado distrital Chico Vigilante (PT), na qual foi debatido o fechamento de agências e a terceirização fraudulenta de postos de trabalho bancários pelo Santander (veja a íntegra da audiência no vídeo acima).

Além de fechar agências físicas, desde 2021 o Santander vem transferindo bancários para outras empresas do conglomerado, como a F1RST, SX Tools, Prospera, SX Negócios, entre outras. Todas com CNPJs diferentes. Com isto, o banco está fragmentando a categoria bancária e excluindo esses trabalhadores dos acordos coletivos e direitos conquistados.

Fechamento de agências

Aline Molina em audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal (Reprodução)

Representando o Sindicato na audiência, a secretária de Formação da entidade e presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina, iniciou a sua fala criticando o processo de fechamento de agências, que prejudica não só trabalhadores bancários, mas toda a população.

"No Brasil, por um lado, temos pessoas muito ricas, com acesso ao que existe de mais avançado em tecnologia. É para essas pessoas que os bancos estão trabalhando. Por outro lado, temos pessoas que não possuem acesso a uma agência bancária (…) Estamos falando de bancos que querem virar agências de negócios, um shopping, um café, para você ir lá e só fazer negócios, quando estamos falando de uma país no qual pessoas não conseguem sacar o salário mínimo em uma agência", enfatizou a diretora do Sindicato.

Terceirização fraudulenta

A dirigente também abordou a redução de postos de trabalho bancários no país, e especificamente no estado de São Paulo, em decorrência da terceirização fraudulenta praticada pelo Santander.

"Entre 2019 e 2024, o Santander encerrou 10% das agências no país. Ao mesmo tempo, ampliou o número de correpondentes bancários em mais de 63%. Hoje, o Santander conta com 3,9 mil pontos de atendimento e impressionantes 41,5 mil correspondentes bancários. São 41,5 mil trabalhadores que estão sem os direitos dos bancários. É nesse sentido que dizemos que essa terceirização é fraudulenta. Eles não estão fazendo outra coisa que não o mesmo trabalho que faziam antes, com menos direitos e menos salários", relatou Aline.

"No estado de São Paulo, nos últimos cinco anos, o número de trabalhadores bancários foi reduzido em cerca de 50%, o que corresponde a mais de 18 mil postos de trabalho perdidos. ", completou.

Por fim, a diretora do Sindicato alertou para a importância da categoria bancária e da classe trabalhadora como um todo se unir contra este processo de terceirização praticado pelo Santander.

"O que viemos denunciar aqui é essa terceirização fraudulenta, que consiste simplesmente na transferência de trabalhadores da estrutura do banco para empresas coligadas do próprio Santander (…) Precisamos nos organizar e lutar contra isso. Se não, não vai ter fim. Cada vez mais teremos trabalho precarizado. Nosso filhos e netos só terão empregos precarizados. Temos de mostrar para o povo brasileiro a importância do trabalho digno", concluiu Aline Molina.

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