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Sindicato recebe debate sobre os Desafios da População Negra no Mercado de Trabalho

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Debate Desafios da População Negra no Mercado de Trabalho

Nesta sexta-feira, 23 de maio, no Auditório Azul da sede do Sindicato, foi realizado o debate Desafios da População Negra no Mercado de Trabalho, que recebeu as palestrantes Dra. Valdirene Silva de Assis, procuradora do trabalho do Ministério Público do Trabalho de São Paulo; e Fernanda Henrique Souza de Lima, atriz, trabalhadora da cultura e vereadora do município de Ribeirão Pires.  

A mesa foi coordenada pelas diretoras do Sindicato Ana Marta Lima, secretária de Estudos Sócio-Econômicos; Marta Soares, secrerária de Finanças; e Ana Beatriz Garbelini, secretária de Organização e Suporte Administrativo.

Na sua fala, a Dra. Valdirene Silva de Assis abordou o percentual de pessoas negras na categoria bancária, 35% - conquista da luta do Sindicato, demais entidades representativas e do movimento negro – mas pontuou que este percentual ainda não espelha a presença de negros e negras na sociedade brasileira, 56%, e que apenas 5% dos negros estão em cargos executivos nos bancos.

“Nós temos uma esmagadora maioria de pessoas negras no nosso país, 56%. Nós temos, nesse tecido social, uma esmagadora maioria de mulheres negras. Então, se a gente afunila, o maior grupo social que nós temos no Brasil é de mulheres negras (...) Porém, essa igualdade que nós do movimento negro pretendemos ainda não é encontrada no mercado de trabalho”, enfatizou a procuradora do MPT-SP. “Quando olhamos para o setor bancário, verificamos que temos cerca de 35% de pessoas negras, mas só 5% estão em cargos executivos. É um setor que se pauta muito por um elitismo”, acrescentou.

Para a Dra. Valdirene Silva de Assis, são obstáculos para pessoas negras no setor bancário, por exemplo, o fato de que os processos seletivos e de ascensão na carreira foquem em universidades referência, e não no conjunto de habilidades do candidato; a valorização da rede de contatos, na qual muitas vezes pessoas negras não estão incluídas; e também pelo critério subjetivo de “perfil” para o cargo.

Por sua vez, a vereadora Fernanda Henrique Souza de Lima, na sua fala abordou a importância do acesso à formação.

“Estar inserido no mercado de trabalho já é um privilégio, ainda mais quando você está numa posição que depende de uma formação. Isso significa que você teve a oportunidade de passar por uma formação (...) A gente precisa falar de acesso a oportunidades, a gente precisa falar de cotas, a gente precisa falar de oficinas de teatro, dança, música, iluminação, profissionalizantes. Muitas vezes o jovem não vai pra formação por ele não ter dinheiro para a passagem”, disse.

“A gente sabe que a luta ainda é para que a gente seja do tamanho da nossa sociedade, que cada vez tenham mais homens e mulheres negras ocupando espaços dentro da categoria bancária, mas os 35% significam também um avanço social do ponto de vista da educação. É importante a gente ter consciência da nossa luta, que a gente precisa avançar, mas também que a gente precisa comemorar e valorizar as conquistas. Se temos 35% de pessoas negras dentro da categoria bancária, isso é resultado da luta. Tenho certeza absoluta que já fomos 0%”, avaliou a vereadora.

O debate sobre os Desafios da População Negra no Mercado de Trabalho foi parte das atividades realizadas durante toda semana por ocasião da Feira Negritude Faz Arte, que trouxe para a sede do Sindicato expositores negros e negras, com artesanato, gastronomia, literatura, moda e música.

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