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Bancário vence ação sobre hora extra

Linha fina
César Júlio da Silva atribui vitória à persistência do departamento jurídico do Sindicato
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São Paulo - O dia 21 de dezembro de 1988 é lembrado com tristeza e indignação por César Júlio da Silva.  Nessa data, após 11 anos de trabalho foi demitido pelo Banco Mercantil de São Paulo (atualmente controlado pelo Bradesco).

Ele lembra que a situação ficou difícil com a dispensa, pois vivia período de euforia com a gravidez da esposa. “Meu presente de Natal foi ser colocado para a rua e ainda com minha mulher grávida. Fiquei revoltado.”

César Júlio, que à época da demissão exercia o cargo de tesoureiro, trabalhava no terceiro subsolo do prédio do antigo Mercantil na Avenida Paulista – atualmente Bradesco Prime. “O ambiente era insalubre e muitas vezes não recebia hora extra por permanecer além da jornada. Para recobrar tudo o que o banco me devia procurei o Sindicato, que ingressou com ação na Justiça em 1990.”

Em 1989, o bancário conseguiu emprego no Itaú onde permaneceu por sete anos. “Tanto no Mercantil quanto no Itaú permaneci sindicalizado por acreditar na seriedade do Sindicato”, afirma, destacando que recebeu duas parcelas da ação, em 1999 e em 2004. “Desse último pagamento, quando meu filho já completara 15 anos, guardei cada centavo, o que possibilitou que eu quitasse minha casa.”

Surpresa – Depois do pagamento de 2004, o trabalhador considerou que a ação já havia sido encerrada. Mas, na semana passada recebeu a notícia do departamento jurídico do Sindicato, informando que ainda havia uma terceira parcela a receber, referindo-se a diferenças no processo. “Foi incrível porque eu já nem contava mais com esse dinheiro. E mais, havia mudado de residência e troquei os números de telefone várias vezes. O pessoal do Sindicato fez uma busca e localizou o contato de minha mãe, que me deu a notícia”, afirma César. “Recebi o cheque na segunda feira (26 de junho), mas fiz questão de voltar hoje (quinta 28) apenas para agradecer todo o trabalho que tiveram comigo e declarar: não fosse essa seriedade do Sindicato eu não teria ganhado essa batalha de 22 longos anos.”

Atualmente, César trabalha como vigia noturno de um condomínio na zona sul da capital.


Jair Rosa - 29/6/2012

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