Rio de Janeiro – Mais de 50 mil pessoas de diversas entidades ligadas a movimentos sociais, organizações não governamentais (ONGs), índios, ambientalistas e cientistas que estão no Rio de Janeiro para a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, além de servidores estaduais e federais fizeram uma grande manifestação contra o novo Código Florestal e pela preservação da natureza.
A delegação CUTista compareceu com cerca de 10 mil trabalhadores, do campo e da cidade.
A passeata ocupou as duas principais vias do centro da cidade, a Avenida Rio Branco e parte da Avenida Presidente Vargas, no dia da abertura oficial da Rio+20, que foi feita nesta quarta-feira 20, pela presidenta Dilma Rousseff, no Riocentro, reunindo cerca de 100 chefes de Estado e de Governo.
Presidente da CUT, Artur Henrique, avaliou que a marcha refletiu um momento de indignação. "Foi um absurdo o que aconteceu ontem na Rio+20, onde os embaixadores disseram que não tem US$ 30 bilhões para o desenvolvimento sustentável, mas tem US$ 400 bilhões para colocar nos bancos com a finalidade de ajudar a crise do capitalismo nos maiores centros econômicos do mundo. Precisamos deste dinheiro para erradicar a miséria através da inclusão social.”
Mesmo com a chuva fina que cai na cidade, os manifestantes não perderam a empolgação na passeata, animada com vários trios elétricos, tamborins, apitos e pessoas fantasiadas, como um grupo de jovens que se caracterizou de viúvos e encenam um velório no qual o caixão simboliza o Código Florestal.
“Eu estou aqui presente na Cúpula dos Povos para gritar em socorro da Amazônia que está sendo destruída sistematicamente, se transformando em capital e, com isso, o Brasil e a humanidade vão se prejudicar”, disse João Gierse, 51 anos, morador de Roraima, que se caracterizou de Floresta Amazônica para chamar a atenção das autoridades quanto ao desmatamento e às queimadas que estão devastando a floresta.
Outro manifestante que fez questão de participar do ato é o representante do movimento Coletivo Curupira do Brasil pelas Florestas, José Prata, 60 anos, que ressaltou que é dever de todos lutar pela causa ambiental. “Eles [os participantes da Rio+20] estão discutindo a tal da economia verde para dar uma melhoradinha no capitalismo brasileiro e sobrou para a sociedade vir para a rua se manifestar. Nós queremos que a Dilma atue diretamente na questão ambiental. Nós precisamos cancelar esse malfadado Código Florestal e substitui-lo por uma legislação moderna de forma cientifica e não na marra”, disse.
Linha fina
Milhares de pessoas caminharam pelo centro da capital fluminense no mesmo dia da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
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Agência Brasil e CUT - 21/6/2012