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Protesto na Paulista contra apagão no transporte

Linha fina
Ato organizado pela CUT-SP, com apoio do Sindicato, cobra planejamento e investimento do governo
Imagem Destaque

São Paulo - O caos na mobilidade urbana de São Paulo fez com que cerca de cinco mil trabalhadores de todo o estado realizassem manifestação nesta quinta-feira 29 para cobrar investimento do governo e denunciar à população que o apagão no transporte vivido hoje é um problema de gestão política e falta de planejamento. O protesto começou na na Avenida Paulista e terminou na Praça do Patriarca, em frente à Prefeitura.

> Fotos: galeria especial sobre a mobilização
> Vídeo: matéria especial sobre a passeata

Para Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, (foto abaixo)  o apagão é um dos principais problemas dos trabalhadores. “Desde 2011, o Sindicato tem feito pesquisa junto aos bancários e nota que o problema da mobilidade é um dos que mais os atinge”.

 Além de perder em qualidade de vida, o empregado sofre diretamente no local de trabalho, seja na forma de represália e descontos por atraso ou até mesmo na desvalorização das conquistas salariais devido ao alto custo da tarifa que, em São Paulo, é a mais cara entre as capitais brasileiras.

 A falta de planejamento urbanístico é outro agravante da mobilidade na cidade, conforme explica Juvandia. “Não é possível ter 35% da população morando na zona leste, tendo de se deslocar cerca de três horas para chegar no trabalho. É preciso ter um olhar local para desenvolver bairros que estão afastados do centro e fazer com que o trabalho e as políticas públicas cheguem até lá”, avalia.

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Vídeo: toda dificuldade de locomoção em São Paulo

Essa realidade é vivida todos os dias por Franscisco da Silva, morador do Parque das Flores, extremo da zona leste. “Para  chegar até a mobilização gastei cerca de 2 horas e 40 minutos. Todo dia é esse sofrimento ir ao trabalho”, conta, ao explicar que uma das principais reivindicações da Associação de Moradores da região, da qual faz parte, é justamente a questão da mobilidade.

Recurso não falta – Na quinta 28 foi aprovado pela Assembleia Legislativa aporte de R$ 8 milhões no orçamento somente para o investimento em mobilidade urbana.

“É importante o ato de hoje para mostrar à população que não faltam recursos para investir. Durante o governo Lula e Dilma foram disponibilizados R$ 34 milhões para o Estado de São Paulo frente aos R$ 5 milhões do período Fernando Henrique Cardoso. Dos R$ 34 milhões, foram utilizados apenas R$  4,6 milhões”, explicou o deputado estadual (PT) Luiz Cláudio Marcolino, ex-presidente do Sindicato.

Segundo o parlamentar, o governo arrecadou R$ 10 milhões a mais de impostos – ICMS e IPVA – em 2011, mas deixou de usar R$ 2,5 milhões da verba disponível para investir em mobilidade. “Não é a toa que São Paulo sofre apagão no transporte”.

Para Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, o governo de São Paulo está na contramão da história e atravanca o desenvolvimento do Brasil, uma vez que é o estado mais rico do país. “O PSDB de São Paulo, berço do tucanato, não acreditou que o Brasil poderia dar certo e não investiu internamente em políticas públicas no estado para que a classe trabalhadora pudesse usufruir do desenvolvimento que teve o país nos últimos dez anos”.

Adi do Santos Lima, presidente da CUT/SP, repudiou a falta de planejamento do governo, ao priorizar o transporte individual em detrimento do coletivo, causa o trânsito insuportável. “Deveria ser considerado crime a situação a que os trabalhadores estão submetidos todos os dias. São mais de 16 anos de governo PSDB/DEM, mas fingem que a coisa não é com eles.”

Assim como alertou Juvândia Moreira durante toda a sua fala, passou da hora de São Paulo mudar. “A cidade precisa de um governo que tenha comprometimento com a população e que faça uma gestão de cidade voltada para o ser humano”.

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Tatiana Melim – 29/06/2012
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