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Avanços para brasileiros que nunca fogem à luta

Linha fina
Motivação que levou à mobilização nas ruas e é pauta dos trabalhadores há tempos virou pacto. Tem de representar melhorias para o país, nunca retrocesso
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São Paulo - Os atos que levaram às ruas milhares de brasileiros no país são um recado. Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, da drástica redução no desemprego, queda na taxa de juros, valorização do salário mínimo e redução da miséria, os cidadãos querem mais. E assim deve ser. Para fazer andar o país, estado, a cidade ou ampliar direitos dos trabalhadores, o mecanismo é sempre esse: mobilização.

Assim é a luta do Sindicato em seus 90 anos pelo fortalecimento da democracia ao lado dos bancários, trabalhadores e de toda a sociedade.

Alcançar um país em que todos tenham qualidade de vida, emprego digno, boas escolas, saúde e transporte de qualidade é a pauta a ser debatida em reunião das centrais sindicais nesta terça-feira 25 e levada à Presidência da República um dia depois, na quarta. O Sindicato entende que deva ser apresentada também aos governantes estaduais e municipais.

Muitas das medidas que estão nessa pauta foram anunciadas nessa segunda-feira pela presidenta Dilma Rousseff, como objetivos a serem alcançados num pacto entre governos federal, estaduais e prefeituras em torno da responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte e educação públicos e de qualidade.

Os trabalhadores têm propostas. Mais recursos para a saúde pública podem vir da taxação das grandes fortunas, acelerando mudanças urgentes na forma de cobrar impostos no Brasil, onde quem ganha tem de pagar mais.

Precisamos debater o financiamento do transporte público coletivo, todo o problema da mobilidade urbana e o lucro das empresas do setor.

Também não podemos admitir tanta desigualdade salarial no país. Enquanto alguns poucos privilegiados ganham milhões, como os executivos de bancos, a maioria dos brasileiros vive com salário mínimo.

O Brasil precisa destinar mais recursos para a educação. Muito foi feito com a inclusão de milhares de jovens carentes nas universidades, mas a qualidade do ensino precisa melhorar e para isso é necessário também valorizar os professores.

De nossa parte, estaremos na luta como sempre estivemos, por avanços, melhorias, nunca com retrocesso. O Brasil não pode ceder espaço ao desemprego que aterroriza, aos juros que imobilizam a economia, às privatizações que paralisam o Estado que tantos querem ver crescer e fornecer mais e melhores serviços. Se os partidos decepcionam, vamos mudar a política para que todos os parlamentares sejam, de fato, um espelho da sociedade – como foi sugerido pela presidenta Dilma com o plebiscito para estabelecer um processo constituinte para realização de uma reforma política.

Os protestos que ganharam as ruas no mês de junho tinham como causa primordial a revogação dos aumentos nas tarifas do transporte público. Após a violenta ação da Polícia Militar, ganharam a adesão de milhares de pessoas. Os trabalhadores também questionam essa atuação. A PM não pode ser 8 nem 80, omissa ou violenta. Tem de cumprir seu papel de zelar pela sociedade. Não pode reprimir violentamente protestos pacíficos, tampouco permitir a ação de vândalos.

E devemos estar atentos. Ir para as ruas com bandeiras que ajudem de fato o país e não a pequenos grupos e interesses. Não é comum ver os veículos das grandes mídias apoiando movimentos sociais, como vem acontecendo agora. A mobilização real e legítima não pode ser utilizada, como em outros tempos já aconteceu, para atingir objetivos que interessam a uma parcela mais conservadora e privilegiada da sociedade. Os trabalhadores e movimentos sociais não têm espaço e é preciso democratizar os meios de comunicação, para que todos os setores tenham voz.

Nossos esforços devem levar a avanços para todos, com respeito a todos os grupos, sem violência contra quem pensa diferente, sem vandalismo, com o objetivo maior que é ver o país crescer, com um Estado cada vez mais forte e dentro do mais amplo espírito democrático.


Redação - 24/6/2013

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