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Nota sobre as manifestações em SP

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Em relação aos protestos ocorridos nos últimos dias na cidade de São Paulo, contra o aumento da tarifa do transporte público, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região vem a público defender o direito de livre manifestação da sociedade. Durante os 90 anos de história da entidade, fomos às ruas para lutar por avanços sociais e trabalhistas para a categoria e a sociedade.

Repudiamos, portanto, a ação violenta da Polícia Militar, ocorrida nesta quinta-feira (13), que demonstrou atuação equivocada ao lidar de forma extremamente agressiva contra os manifestantes. Conforme divulgado amplamente na imprensa, repudiamos agressão direcionada também aos jornalistas. A exemplo do que aconteceu com a  repórter Gisele Brito, da Rede Brasil Atual, que foi atingida por golpes de cassetete da Polícia Militar mesmo depois de ter avisado ao policial que era jornalista e estava trabalhando. Impedir o repórter de realizar seu trabalho e tratar manifestações populares como vandalismo é atentar contra a democracia. O Sindicato também não apoia a depredação ao patrimônio público e atos de violência possivelmente cometidos por manifestantes, mas reconhece que em todo movimento legítimo pode haver pessoas que deturpam seus objetivos, mas essas exceções não justificam a criminalização das manifestações.  

É preciso que governos estadual, municipal e a sociedade civil se reúnam e discutam o problema da mobilidade urbana em São Paulo e grandes capitais. Para isso, temos de cobrar investimentos dos governos - nos ônibus, trens e metrôs - e achar soluções para o apagão no transporte público vivido após anos de abandono e falta de planejamento. Desde 1995, foi construído menos de dois quilômetros de linhas de metrô em São Paulo por ano. O aumento da linha é insuficiente para os milhões de passageiros transportados diariamente. A mesma situação atinge a CPTM, onde o governo deixou de investir R$ 1,1 bilhão de 2003 até 2011. Para além dessa discussão das tarifas do transporte público, é preciso solucionar problemas como a superlotação e má qualidade dos transportes. Atualmente, só na capital paulista 25% dos moradores demoram em média entre uma a duas horas para chegar ao trabalho.

Na próxima terça-feira (18), a prefeitura de São Paulo convocou uma reunião extraordinária do Conselho da Cidade para discutir o transporte público, com representantes e entidades da sociedade civil, entre elas o Sindicato.  Levaremos para o Conselho esse debate.
 
São Paulo, 14 de junho de 2013

 

Juvandia Moreira
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

 

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