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Resultados do Projeto Travessia em revista

Linha fina
Mapeamento de trabalho infantil no centro de São Paulo e frutos de ação social do Programa de Educação na Rua são apresentados no Sindicato
Imagem Destaque

São Paulo – Na semana do Dia Nacional do Combate ao Trabalho Infantil, lembrado em 12 de junho, representantes da Fundação Projeto Travessia apresentaram, no Café dos Bancários, os resultados do Programa de Educação na Rua (PER), que lida com meninos e meninas que moram nas ruas. O evento, na terça-feira 10, lançou uma revista que relata em detalhe as atividades desenvolvidas entre 2012 e 2014.

O PER é um dos programas da Fundação Projeto Travessia, organização social que desde sua criação, em 1995, tem o Sindicato como um de seus mantenedores. O programa tem o patrocínio da Petrobras.

Atuação – O projeto age na socialização e reintegração de crianças que já estão nas ruas, na prevenção para as que estão em situação vulnerável não saiam de casa e no combate ao trabalho infantil nas ruas.

“Trabalhamos em três frentes. A reativa, que consiste na abordagem, diária e de forma lúdica, às crianças de rua, com o objetivo de verificar seu histórico de vida, localizar a família e fazê-la voltar. A preventiva, que atua junto ao coletivo da escola, na identificação de casos, na superação de conflitos familiares, para não deixar a criança vir a morar na rua. E a terceira é do trabalho infantil”, explica o coordenador do projeto há 14 anos, Marcelo Caran, professor e especialista em políticas integradas à infância e juventude.

Resultados – Entre os resultados do programa, especificamente no combate ao trabalho infantil, o PER mapeou crianças e adolescentes na região central da capital, às quintas e sextas-feiras, dias de maior movimento de bares e restaurantes.

“Fizemos esse mapeamento e atuamos numa campanha de esclarecimento da sociedade sobre a necessidade de uma mudança de postura, para que os clientes de bares, por exemplo, não comprem produtos das crianças, mas apoiem entidades assistenciais”, conta o coordenador.

De acordo com Caran, os educadores frisam que comprar balas ou outras mercadorias é uma prática que ajuda as crianças a permanecerem nas ruas.

O mapa identificou a predominância de crianças entre sete e onze anos, geralmente acompanhadas de adultos (46%), na maioria do sexo masculino (62%) e negras ou pardas.

“O programa é permanente e estamos trabalhando para renovar seu apoio. Somos a sociedade civil atuando no atendimento da criança de rua, complementando esses espaços com auxílio das redes institucionais públicas de saúde, educação e cultura”, informa Marcelo Caran.

Apoio – Para a diretora executiva do Sindicato Neiva Maria Ribeiro, o apoio ao projeto vai ao encontro de uma concepção cidadã da luta sindical: “É importantíssima a iniciativa do Sindicato de apoiar a ressocialização das crianças e dos adolescentes em situação de rua. É preciso olhar as pessoas que estão ao nosso redor”, diz.

A dirigente conta que o trabalho desenvolvido deve ser divulgado e acompanhado de perto. E lembra: uma das crianças do projeto, hoje adulta, está empregada, trabalhando na sede do Sindicato: “É só dar oportunidade que as pessoas provam que são capazes de se integrar”.

Para o diretor do Sindicato Carlos Damarindo, o Travessia é reconhecido por muito trabalho e dedicação: “A rua não é moradia e o Travessia, com sua pedagogia, faz a gente ver que, a partir de nossas capacidades, temos o dever de garantir à criança o direito constitucional de ser tratada como criança”.

Para ele, “o Travessia tem know-how e é uma das instituições mais sérias que combatem o trabalho infantil. Tem esse reconhecimento porque mostra um trabalho feito com muito amor”.

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Mariana Castro Alves – 10/6/2014

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