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CUT-SP repudia mercantilização da Parada LGBT

Linha fina
Sindicato também não participará do evento que apoia desde a década de 1990 porque organizadores estão cobrando pelo espaço
Imagem Destaque
São Paulo – Pela primeira vez em 18 anos a CUT-SP não participará da Parada do Orgulho LGBT, evento que ocorre domingo 7, na Avenida Paulista. O motivo é a mercantilização dessa manifestação popular que, para além de uma celebração da alegria, marca a luta da comunidade LGBT no calendário brasileiro.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT vetou a participação da CUT por insistir em cobrar taxas abusivas para que as organizações participem do evento. A cobrança é ilegal e constava, inclusive, na minuta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura de São Paulo e a associação. Isso ocorre apesar da parada receber milhões de reais em recursos da prefeitura.

O Sindicato participa do evento desde seu início, em 1997, chegando a emprestar equipamentos para que fosse realizado quando ainda não recebia apoio do governo. Mas também não participará este ano, em repúdio à atitude dos organizadores que, ao cobrar pelo espaço, desrespeitam toda uma história de luta e parceria.

A determinação pela não cobrança de taxas é da Procuradoria-Geral do Município, medida corroborada pela 1º Promotoria de Habitação e Urbanismo da capital, que ressalta que o uso do espaço público não pode ser cobrado.

A CUT-SP divulgou nota de repúdio na quarta-feira 3. Na nota conta que participou pela primeira vez da parada em 1997, com um veículo Kombi e um megafone. Lembra ainda que foi a primeira a defender a realização do evento quando a mídia propagava que a parada era uma festa violenta, com manifestantes bêbados e promiscuidade.

> Leia a nota da CUT-SP

E reafirma seu compromisso com o movimento LGBT: “Para além da presença no evento festivo, a CUT é a mais combativa do movimento sindical na defesa dos trabalhadores LGBT, embate definido no estatuto da entidade, na criação do Coletivo Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras LGBT, em 2008, e, sobretudo, pela ação prática nos acordos coletivos que contemplam essa população.

A CUT finaliza a nota lamentando a intransigência da Associação da Parada que impediu a participação da Central no evento em 2015, mas destaca que isso “não apagará o engajamento histórico da CUT/SP pelos direitos das lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem como a bandeira contra o preconceito e a discriminação.”

E critica duramente a postura da Associação da Parada LGBT: “a Central mantém esse embate acirrado por direitos, dentro e fora do mundo do trabalho e vê com tristeza que, no fim, para a associação o respeito tem cifra, com vários zeros à direita.”


Redação, com informações CUT-SP – 5/6/2015
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