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Haddad anuncia novas ações para população de rua

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Após críticas à GCM, prefeito publicará decreto reforçando que objetos pessoais portáteis, como cobertores e colchonetes, não podem ser apreendidos; quatro tendas serão instaladas no Centro
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São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou que vai intensificar a política de atendimento à população de rua durante a temporada de frio. Após acusações de que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) estaria confiscando objetos pessoais e cobertores dos moradores de rua, Haddad concedeu entrevista coletiva para anunciar medidas de acolhimento e saúde para essas pessoas.

Entre as medidas anunciadas está a publicação de decreto reforçando procedimentos proibidos e permitidos para a zeladoria do município, que inclui subprefeituras, GCM e empresas terceirizadas. O documento esclarece que objetos pessoais portáteis, como colchonetes e cobertores, não podem ser apreendidos pela GCM. “As diretrizes definem que a ação do poder público deve ser pautada pelo respeito, defesa dos direitos, diálogo e transparência”, disse o prefeito.

O decreto, que deve ser publicado até o final da semana, estabelece ainda a divulgação prévia dos locais onde serão realizadas ações de zeladoria, e que sejam monitoradas pelo Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua, com participação do Ministério Público e Defensoria. 

Operação Baixas Temperaturas – Acompanhado dos secretários de Saúde, Alexandre Padilha, e da secretária de Assistência Social, Luciana Temer, o prefeito falou sobre a Operação Baixas Temperaturas – acionada quando os termômetros atingem 13º C – e a ampliação da rede de atendimento à população de rua. Segundo Haddad, desde 16 de maio a Prefeitura colocou em funcionamento 14 centros emergenciais de acolhimento, com 1.467 novos leitos, e nos dez abrigos regulares foram criadas outras 1.470 vagas, totalizando 15.770 leitos na capital paulista.

Para reforçar a rede de atendimento, foi anunciada a instalação de quatro tendas emergenciais para acolhimento na região central (Sé, Anhangabaú, Mooca, e Glicério). De acordo com o prefeito, esses espaços funcionarão de forma mais aberta, com a participação do Centro de Zoonoses para acolhida também de animais de estimação.

“É preciso um espaço mais livre e aberto. Não faltam vagas. O que temos de fazer é identificar as necessidade desta população e criar locais de atendimento que contemplem estas pessoas”, explicou Haddad.

Saúde – Outras novas medidas, anunciadas pelo Secretário de Saúde, Alexandre Padilha, são a ampliação em uma hora no funcionamento dos Consultórios de Rua e a disponibilização de oito motos do SAMU para atendimento exclusivo à população de rua da região central de São Paulo.  

Por fim, o prefeito pediu a colaboração da população para identificar abusos por parte de agentes do poder público. “O controle social hoje é muito fácil de ser feito. Todo mundo tem um celular na mão e fica fácil registrar qualquer abuso e comunicar o poder público. Para mim, essa é a melhor solução. Uma espécie de autotutela da comunidade em relação às populações mais vulneráveis.”


Felipe Rousselet – 16/6/2016
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