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São Paulo - Um protesto contra o machismo e a cultura do estupro reúne desde o meio da tarde de quarta 1º milhares de mulheres em São Paulo. Elas saíram do vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e seguiram pela Rua Augusta em direção à Praça Roosevelt, onde encerrariam o ato.
O protesto foi convocado pelas redes sociais após o crime de estupro coletivo de uma jovem carioca de 16 anos por 33 homens na última semana. Entre as manifestantes, mulheres jovens, mães com crianças de colo, idosas e transsexuais que seguem entoando palavras de ordem e exigindo a punição dos agressores e em defesa dos direitos das mulheres.
"Vivemos em uma sociedade onde prevalece a cultura do estupro. Nenhum governo desenvolveu até agora medidas efetivas contra isso, e as mulheres vítimas de violência ficam muitas vezes desamparadas. Estamos aqui para exigir políticas que acabem com a cultura do machismo e para que os agressores sejam de fato punidos", diz Veruska Tenório, do Movimento de Mulheres em Luta.
O ato teve um forte tom contra o governo interino de Michel Temer. As manifestantes carregavam cartazes dizendo "Mulheres Sem Temer". Quando passaram pelo escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, ocupado na tarde de hoje por movimentos sociais, elas permaneceram agachadas por cerca de 10 minutos gritando "Fora,Temer".
"O caso da jovem carioca está trazendo o debate à tona. As pessoas estão percebendo que vivemos ainda sob um patriarcado nojento e sob a cultura do estupro. O corpo da mulher é sempre sensualizado, a vítima é sempre culpabilizada e os agressores dificilmente são punidos", disse a estudante Antônia Andreato.
Com do filho de apenas 2 anos, a fundadora do grupo de mães feministas Maternatra, Ana Luiza Carlos, diz que é difícil educar um menino em uma sociedade machista. "Aparece desde a gestação quando bebê menino é mais valorizado. Trago ele desde cedo pra que perceba a sociedade em que vivemos e não reproduza comportamentos machistas."
Uma dona de casa que não quis se identificar também levou a filha, de 4 anos. "Eu fui abusada quando eu tinha idade dela e não recebi apoio. Estou aqui por todas as mulheres", disse. "Não quero que minha filha cresça com medo. Eu tive uma educação muito tradicional que dizia que a menina não podia nada."
Casos - Na quinta 26, a Polícia Civil do Rio de Janeiro tomou depoimento da jovem de 16 anos que foi drogada e estuprada por 33 homens. O crime foi denunciado após um vídeo com imagens da adolescente desacordada e com órgãos genitais feridos e expostos ter sido postado na internet. Nas imagens, um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”. "Acordei com 33 caras em cima de mim. Só quero ir para a casa", disse a jovem, ainda no hospital, de acordo com o jornal O Globo.
No mesmo dia, o pai dela, muito abalado, afirmou que a agressão ocorreu no Morro São João, na capital fluminense: "Ela foi num baile, prenderam ela lá e fizeram essa covardia. Bagunçaram minha filha. Quase mataram ela. Estava gemendo de dor. Ficou tão traumatizada que só conseguia chorar".
Na tarde de terça 30, a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que assumiu as investigações do caso, disse, que não tem dúvida de que ocorreu um crime de estupro. "A minha convicção é de que houve estupro. Está lá no vídeo, que mostra um rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero agora é verificar a extensão desse estupro, quantas pessoas praticaram esse crime", disse.
Ela pediu a prisão temporária de seis suspeitos. Três deles já foram presos. Os outros estão foragidos, sendo que alguns não estavam nos endereços que comunicaram à polícia em seus depoimentos.
O protesto foi convocado pelas redes sociais após o crime de estupro coletivo de uma jovem carioca de 16 anos por 33 homens na última semana. Entre as manifestantes, mulheres jovens, mães com crianças de colo, idosas e transsexuais que seguem entoando palavras de ordem e exigindo a punição dos agressores e em defesa dos direitos das mulheres.
"Vivemos em uma sociedade onde prevalece a cultura do estupro. Nenhum governo desenvolveu até agora medidas efetivas contra isso, e as mulheres vítimas de violência ficam muitas vezes desamparadas. Estamos aqui para exigir políticas que acabem com a cultura do machismo e para que os agressores sejam de fato punidos", diz Veruska Tenório, do Movimento de Mulheres em Luta.
O ato teve um forte tom contra o governo interino de Michel Temer. As manifestantes carregavam cartazes dizendo "Mulheres Sem Temer". Quando passaram pelo escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, ocupado na tarde de hoje por movimentos sociais, elas permaneceram agachadas por cerca de 10 minutos gritando "Fora,Temer".
"O caso da jovem carioca está trazendo o debate à tona. As pessoas estão percebendo que vivemos ainda sob um patriarcado nojento e sob a cultura do estupro. O corpo da mulher é sempre sensualizado, a vítima é sempre culpabilizada e os agressores dificilmente são punidos", disse a estudante Antônia Andreato.
Com do filho de apenas 2 anos, a fundadora do grupo de mães feministas Maternatra, Ana Luiza Carlos, diz que é difícil educar um menino em uma sociedade machista. "Aparece desde a gestação quando bebê menino é mais valorizado. Trago ele desde cedo pra que perceba a sociedade em que vivemos e não reproduza comportamentos machistas."
Uma dona de casa que não quis se identificar também levou a filha, de 4 anos. "Eu fui abusada quando eu tinha idade dela e não recebi apoio. Estou aqui por todas as mulheres", disse. "Não quero que minha filha cresça com medo. Eu tive uma educação muito tradicional que dizia que a menina não podia nada."
Casos - Na quinta 26, a Polícia Civil do Rio de Janeiro tomou depoimento da jovem de 16 anos que foi drogada e estuprada por 33 homens. O crime foi denunciado após um vídeo com imagens da adolescente desacordada e com órgãos genitais feridos e expostos ter sido postado na internet. Nas imagens, um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”. "Acordei com 33 caras em cima de mim. Só quero ir para a casa", disse a jovem, ainda no hospital, de acordo com o jornal O Globo.
No mesmo dia, o pai dela, muito abalado, afirmou que a agressão ocorreu no Morro São João, na capital fluminense: "Ela foi num baile, prenderam ela lá e fizeram essa covardia. Bagunçaram minha filha. Quase mataram ela. Estava gemendo de dor. Ficou tão traumatizada que só conseguia chorar".
Na tarde de terça 30, a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que assumiu as investigações do caso, disse, que não tem dúvida de que ocorreu um crime de estupro. "A minha convicção é de que houve estupro. Está lá no vídeo, que mostra um rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero agora é verificar a extensão desse estupro, quantas pessoas praticaram esse crime", disse.
Ela pediu a prisão temporária de seis suspeitos. Três deles já foram presos. Os outros estão foragidos, sendo que alguns não estavam nos endereços que comunicaram à polícia em seus depoimentos.
Piauí - Em Bom Jesus, sul do Piauí, uma jovem de 17 anos foi violentada por cinco jovens, quatro deles menores de idade, na madrugada do último dia 20. Após uma briga com o namorado, a jovem teria ingerido bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram da embriaguez para cometer o crime. Ela foi encontrada amarrada dentro de uma obra.
As notícias divulgadas na última semana desencadearam uma série de protestos. Representantes de movimentos sociais, artistas, parlamentares e entidades pró-direitos humanos lançaram uma campanha na qual mulheres devem publicar vídeos nas redes sociais dizendo não à violência contra a mulher, usando as hashtags #EstuproNuncaMais e #PeloFimDaCulturaDoEstupro. Em menos de uma hora, a campanha havia alcançado o primeiro lugar entre as mais citadas no Twitter Brasil e terceiro lugar mundial.
Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual - 2/6/2016
As notícias divulgadas na última semana desencadearam uma série de protestos. Representantes de movimentos sociais, artistas, parlamentares e entidades pró-direitos humanos lançaram uma campanha na qual mulheres devem publicar vídeos nas redes sociais dizendo não à violência contra a mulher, usando as hashtags #EstuproNuncaMais e #PeloFimDaCulturaDoEstupro. Em menos de uma hora, a campanha havia alcançado o primeiro lugar entre as mais citadas no Twitter Brasil e terceiro lugar mundial.
Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual - 2/6/2016