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Promotor diz que penetração é o melhor do estupro

Linha fina
Jornalista denuncia que integrante do Ministério Público fluminense Alexandre Couto Joppert, que se desculpou após repercussão, disse basear em pensamento do criminoso a exposição feita em prova oral
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São Paulo – O jornalista carioca Marcelo Auler publicou quinta 23 em seu blog denúncia de que um membro do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o promotor Alexandre Couto Joppert, aborda com naturalidade o estupro coletivo, durante durante prova oral de concurso de ingresso na instituição. “Ao descrever uma situação fática de um possível estupro coletivo, foi mais do que infeliz na colocação que fez, afirmando que um dos supostos marginais 'fica com a melhor parte, dependendo da vítima. A conjunção carnal'.”

> Leia o post no blog de Marcelo Auler

A afirmação do promotor, que mostra o quanto a cultura do estupro está incorporada à cultura do país, provocou indignação em parte dos candidatos às vagas no MP-RJ. Junto com o texto, o jornalista divulga o áudio com a fala do promotor. A expressão “dependendo da vítima” foi interpretada, segundo ele, por quem estava presente, como relativa à beleza da mulher.

Auler destaca que o fato teve ampla repercussão no Facebook e “mereceu repúdio geral". O jornalista repetiu o comentário de uma pessoa indignada: "(…) a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. E ainda assim, um integrante do Ministério Público, no exercício de função pública, acha razoável expressar esse tipo de comentário. Até quando a igualdade de gênero não será levada a sério?”

“Eu quis dizer 'a melhor parte' não na minha ótica, obviamente. A melhor parte na ótica da mente doentia do criminoso”, disse o promotor hoje, ao ser procurado pela BBC. “Em todo estupro, o objetivo principal do criminoso, naquela patologia psíquica que ele tem, é alcançar a satisfação da sua lascívia. Como no estelionato a melhor parte é a obtenção da vantagem indevida", afirmou ainda Joppert.

Caso dos 33 do Rio - A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva de três acusados de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, na comunidade da Barão, na zona oeste da cidade. Raí de Souza, Raphael Assis Duarte Belo e Moisés Camilo Lucena tiveram a prisão decretada pela 2ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá.

Eles são acusados do crime de estupro de vulnerável. Raí de Souza e Raphael Belo também respondem pelo crime de filmar cena pornográfica envolvendo adolescente. Raí ainda é acusado de divulgar essas imagens.

O inquérito em relação a Lucas Perdomo Duarte Santos foi arquivado. A denúncia em relação a Sérgio Luiz da Silva Júnior foi rejeitada. Com isso, sua prisão temporária foi revogada. O processo contra Marcelo Miranda da Cruz Correa e Michel Brasil da Silva ficará a cargo da Justiça Federal.


Redação, com informações de Vitor Abdala, da Agência Brasil, e Rede Brasil Atual - 24/6/2016
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