São Paulo - As reformas trabalhista e da Previdência capitaneadas por Temer têm por trás o interesse do mercado financeiro, dos rentistas, banqueiros, da Fiesp, CNI e outros setores patronais dos mais ricos do país. Se esse desmonte contra os direitos dos trabalhadores ainda não passou, foi graças à mobilização nas ruas. E a luta tem de continuar, ainda mais força!
Mesmo em meio a um caos político sem precedentes – no qual o presidente da República é suspeito de corrupção, cobrança e pagamento de propinas, assim como boa parte da base aliada no Congresso – o governo Temer insiste em levar adiante suas “reformas” que, se aprovadas, acabam com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e com o direito à aposentadoria.
> Com reforma, trabalhador terá de pagar se perder na Justiça
> Flexibilizar não traz emprego, diz Pochmann a senadores
A reforma trabalhista (PLC 38/2017), com tramitação mais adiantada que a reforma da Previdência, foi aprovada nesta terça-feira 6, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) por 14 votos a 11. O texto agora terá de passar por mais duas comissões antes de ir ao plenário do Senado: Assuntos Sociais (CAS) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Uma vez no plenário, o projeto necessita de maioria simples – ou seja, metade dos votos mais um –, em turno único, para ser aprovado e seguir para sanção presidencial.
Mande e-mail para os senadores e diga que se eles votarem a favor não serão reeleitos.
“O momento é de aumentar cada vez mais a mobilização. Não podemos permitir que os parlamentares acabem com os direitos dos trabalhadores (veja no quadro abaixo) aprovando uma reforma proposta por um presidente ilegítimo, que tenta suas últimas cartadas para agradar o mercado e se manter no cargo”, enfatiza a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.
> Para 64%, reforma trabalhista beneficia os patrões
> Não há evidência de que reforma trabalhista criará empregos
A dirigente lembra que banqueiros têm defendido as “reformas” de Temer por meio de declarações públicas e notas oficiais das instituições que comandam. “Propagam a falsa ideia da `modernização´ das leis, mas o que querem é lucrar ainda mais acabando com os direitos dos trabalhadores. Nós, bancários, temos de lutar no campo oposto e enterrar de vez o desmonte das relações de trabalho no Brasil.”
> Lobistas patronais elaboraram emendas da reforma trabalhista
> Em nota, Bradesco defende reformas
> Dono do Itaú defende reforma trabalhista
Greve geral dia 30 – E vem aí uma nova greve geral contra a retirada de direitos. As centrais sindicais definiram a data para 30 de junho. No dia 20, ocorre o esquenta com atos e panfletagens em todo o país.
> Pesquisa CUT-Vox Populi: 89% querem eleições diretas
“Mas, se o Congresso Nacional, mesmo com tudo que temos feito, resolver antecipar a votação das reformas, vamos antecipar também as mobilizações”, alerta o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
“Vamos parar o Brasil mais uma vez, para que os parlamentares entendam de uma vez por todas que, se aprovarem a retirada dos nossos direitos em benefício dos setores mais ricos do país, nunca mais serão eleitos”, conclui Ivone.
> Mais de 200 mil tomam a capital por Fora Temer e Diretas Já
> Mais de 100 mil em SP pedem diretas já e enaltecem as ruas
> Ato no Rio reúne mais de 100 mil pessoas pelas Diretas Já