São Paulo - Os bancários de todo o Brasil saíram às ruas nesta terça-feira 20, para deixar claro que estão em luta contra as propostas de reforma trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional. O Dia Nacional de Mobilização serviu como “esquenta” para a greve geral marcada para 30 de junho.
“O que eles chamam de reforma, na verdade é o desmonte da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e do sistema de previdência brasileiro. Tentam nos fazer acreditar que estas leis precisam ser modernizadas. A realidade é que, se aprovadas as reformas, haverá um retrocesso de quase um século nas conquistas dos trabalhadores”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
A CUT, demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo utilizaram o dia também como lançamento do Junho de Lutas, uma jornada de manifestações, panfletagens e assembleias para informar a classe trabalhadora sobre os riscos de perda de direitos sociais, previdenciários e trabalhista.
Outra boa notícia deste dia foi a derrota por 10 a 9 da proposta da reforma trabalhista (PLC 38/2017) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Diante do revés sofrido pela base do ilegítimo Michel Temer (PMDB), o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, lembrou em encontro com parlamentares da oposição e lideranças do movimento sindical que o resultado era fruto da mobilização da classe trabalhadora.
“A luta dá resultado, pode demorar um pouco, mas dá resultado, sempre deu. Fizemos a maior greve geral da história e não era possível que não desse resultado nenhum. E nosso trabalho está certo porque estamos indo aos municípios dizer que quem votar a favor (das reformas) não vai se eleger. Não adianta querer morrer abraçado com o Temer, porque ele tem prazo de validade. Deputado e senador que quiser se eleger precisa do voto do povo e o povo não vai votar em que acabou com o trabalho dele, com a carteira assinada dele, com as férias e com a aposentadoria”, apontou.
O dirigente reforçou ainda a necessidade de aprofundar o trabalho de base para a greve marcada para o próximo dia 30. “A greve do dia 30 tem de ser mais forte do que foi a do dia 28 de abril. Vamos mostrar nas bases que governo teve a primeira grande derrota na proposta das reformas e com a greve do dia 30 poderemos enterrar de vez as reformas.”
Pelo Brasil - Em São Paulo, o Sindicato compareceu aos locais de trabalho para debater a participação da categoria na paralisação nacional no fim do mês. Foram realizadas votações nas unidades bancárias, que voltarão a ocorrer durante todo o dia 21.
No estado, desde a semana passada os diretores do Sindicato dos Bancários do ABC promovem reuniões nas agências bancárias da região para abordar o tema e organizar a participação da categoria na greve geral. Em Catanduva, diretores do sindicato estiveram em ação nas principais agências da cidade, onde mobilizaram trabalhadores e distribuíram material informativo aos clientes, alertando contra a retirada de direitos pretendida pelo governo Temer com as propostas de contrarreformas que tramitam no Congresso Nacional.
O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte levou a "Porta do Inferno" para a Praça Sete, denunciando as ameaças aos trabalhadores. Além disso, houve apresentação de esquete teatral da Cia dos Aflitos, mostrando de forma acessível e lúdica a situação preocupante vivida no país desde o golpe que colocou Temer na presidência.
O esquenta da greve geral dos bancários de Pernambuco movimentou as agências dos bancos públicos e privados das cidades de Olinda e Jaboatão dos Guararapes. O Seeb de Pernambuco visitou 12 unidades bancárias para mobilizar os trabalhadores e a população para a paralisação, prevista para o dia 30 de junho.
Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Londrina realizaram atividades no Terminal de Transporte Coletivo Urbano e nos Cinco Conjuntos com o objetivo de mobilizar a população para a Greve Geral.