* Atualizada em 13/06/18, às 16h04.
Os bancários do Bradesco entregaram, na segunda-feira 11, a pauta de reivindicações específicas à direção do banco. O documento é resultado do Encontro Nacional dos Bancários do Bradesco, realizado nos dias 7 e 8 de junho, em São Paulo.
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O emprego é uma das questões centrais da pauta. “O emprego nos preocupa muito, queremos saber como o banco vai aplicar esta nova lei trabalhista”, questionou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.
Os representantes dos trabalhadores abordaram ainda o fechamento das agências. No último ano, 414 agências foram fechadas. “Nós cobramos contratações de novos funcionários, pois em muitos locais há sobrecarga de trabalho. É importante que eles sejam contratados como bancários, pela CLT, e não de qualquer outra maneira permitida pela nova lei.”
O novo diretor de Recursos Humanos informou que até então as contratações têm ocorrido como bancários e que não há nenhuma outra orientação diferente.
Programa Smart
Outro tema debatido foi a implantação do programa Smart, no qual o cliente avalia o contato com o banco por meio de SMS. O banco informou que a ferramenta não veio para punir e sim para apoiar. No caso de “Não conformidade” (N), só gera impacto no programa de objetivos (POBJ) na segunda vez que ocorre. Informou também que a avaliação negativa não impacta no POBJ.
O movimento sindical denunciou ao banco que, na realidade, o Smart está sendo usado para punir e que esta é a sensação dos funcionários, e que em alguns locais há gestor ameaçando de demissão. Os representantes dos bancários solicitaram que o banco reoriente a área comercial.
“O banco confirmou que o bancário não sabe qual cliente deu a ‘Não conformidade’ e que não lhe é dado direito de defesa. O que é muito ruim, pois o bancário pode ter se atrapalhado na hora de informar qual cliente foi contatado. Destacamos a importância dessa questão ser revista”, disse Juvandia.
Rankings
Outra questão que os sindicalistas apontaram foi o ranking das “não conformidades”. “A CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) proíbe qualquer tipo de exposição dos bancários com ranqueamento. Cobramos o banco, que reafirmou que cumpre a Convenção e que os locais onde estiver ocorrendo o problema devem ser apontados ao RH, e que eles tomarão providências”, relatou Gheorge Vitti, coordenador em exercício da Comissão de Organização de Empresa (COE) Bradesco.
Alta do INSS
“Tratamos também a situação das pessoas com altas do INSS, após um período de aposentadoria por invalidez; quando de seu retorno e acolhimento ao local de trabalho. Muitos não sabem aonde se apresentar, pois o local de origem está fechado há tempos”. O banco disse que essas pessoas podem se apresentar em qualquer agência”, acrescentou Gheorge Vitti.
Além da falta de informação quanto ao local em que deveriam se apresentar no retorno ao trabalho, o Bradesco estava demitindo trabalhadores que tiveram a aposentadoria por invalidez cancelada, sem a realização do exame de retorno, o que viola a Norma Regulamentadora nº 7, editada pelo Ministério do Trabalho. Em reunião com o Sindicato realizada em 18 de maio, na qual foi questionado pela entidade sobre essa arbitrariedade, o banco se comprometeu a rever essas demissões e esclareceu que a orientação do seu RH é para que seja realizado o exame de retorno.
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Também participaram da entrega da pauta ao Bradeso Geraldo Rodrigues, da Fetrafi-MG, Sandro Cheiram, da Fetraf-RS, Cristiane Zacarias, da Fetec-PR, Suez Garcia Santiago, da Fetrafi-RJ/ES, e Lourival Rodrigues, da Feeb-SP/ES.
Os demais pontos da pauta específica serão debatidos na sequência das negociações. A direção do Bradesco ficou de informar as datas disponíveis para as próximas reuniões.