Dirigentes sindicais estiveram reunidos na quinta-feira 14 com a direção do Santander para tratar, entre outros assuntos, das demissões no call center. Apenas em maio, mais de 100 trabalhadores do Vila Santander perderam seus empregos. Por conta disso, bancários realizaram protesto e paralisaram as atividades no local no dia 25 de maio.
Posteriormente, a direção do banco espanhol descontou o dia de trabalho de alguns funcionários. O Sindicato rechaça o corte de ponto, pois a atividade aconteceu justamente com o objetivo de abrir negociações e encontrar soluções para os problemas vividos pelos bancários do local.
“Entendemos que o corte é discriminatório, pois pouquíssimos trabalhadores realocados em outros postos conseguiram trabalhar no dia 25, e fere o direito de greve. A paralisação foi legitima e o Sindicato reivindica que os funcionários não tenham o dia descontado”, enfatiza o dirigente sindical e bancário do Santander André Bezerra.
Sobre as demissões, a direção do banco espanhol alegou que há uma rotatividade normal dos call centers e garantiu que não está aumentando a terceirização.
Pausa toalete
Outro assunto discutido com a direção do banco espanhol é antigo, referente à pausa toalete. Segundo trabalhadores do Vila Santander, muitos gestores estão controlando o uso do banheiro, o que fere o acordo de trabalho específico do setor e também o anexo II da Norma Reguladora 17 (NR 17). O banco, todavia, garantiu que não controla a pausa toalete e afirmou que os funcionários têm todo o direito de usar livremente o banheiro no horário que necessitar.
Abono assiduidade
O Sindicato também obteve do Santander a garantia de que não há orientação da direção para os gestores escolherem a data do abono assiduidade (chamado pelos trabalhadores de folga aniversário). O banco espanhol garantiu que a data deve ser escolhida pelos trabalhadores e a folga, gozada de acordo com as possibilidades de cada área. “Caso o banco não cumpra o que foi conversado e os gestores imponham sua vontade, o trabalhador deve procurar o Sindicato”, acrescenta André Bezerra.
Trabalhos aos fins de semana
Questionado pelo Sindicato sobre o expediente dos funcionários da área de investimento aos finais de semana, o Santander alegou que os plantões são esporádicos e acontecem de acordo com a demanda e as especificidades exigidas de trabalhadores do setor. Nesses casos, o Sindicato orienta que os bancários consultem seu contrato de trabalho e procurem a entidade para que medidas sejam tomadas em caso de descumprimento.
WhatsApp nas folgas
Trabalhadores denunciaram ao Sindicato que grupo de WhatsApp foi criado no sentido de cobrar que supervisores estivessem logados nos fins de semana de folga para auxiliar o trabalho dos plantonistas. O Santander disse que verificará o assunto e garantiu que irá resolver o problema.
Acúmulo de funções
As demissões no Vila Santander significaram mais trabalho para muitos funcionários. Naquele local, supervidores, analistas, gerentes digitais, trabalhadores do SAC e superintendentes tiveram acúmulo de tarefas. A direção do Santander alega apenas que realiza investimentos para aumentar o conhecimento dos trabalhadores, além de otimizar e qualificar o atendimento.
“Sabemos, contudo, que o banco quer é baratear o atendimento para aumentar o seu lucro. É inadmissível no país que representa o maior lucro Santander do mundo o banco continuar demitindo trabalhadores”, salienta o dirigente sindical e bancário do Santander Anderson Pirota.