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Coronavírus

“Estou sem chão”, diz umas das bancárias demitidas pelo Original no meio da pandemia

Linha fina
Sindicato fez reunião virtual com parte dos dispensados pelo banco para dar orientações e encaminhamentos diante da demissão em massa de mais de 100 trabalhadores em plena crise do coronavírus
Imagem Destaque
Arte: Freepik

“Fiquei bem decepcionada, fui pega de surpresa. Acredito que desempenhava um bom papel, sempre tive feedbacks positivos, bom relacionamento com os colegas, entregava resultado. Não tiveram nenhum cuidado na hora de demitir neste momento muito difícil. A demissão foi feita por WhatsApp, sem qualquer argumento. Estou muito sem chão. É uma incerteza muito grande. Todos estão emocionalmente perturbados com tanta notícia ruim. Eu tenho filho pequeno e isso aconteceu tão repentinamente. O Original pertence a um grupo grande, e demitir 100 pais e mães de família neste momento é difícil de entender.”

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O desabafo é de uma dos mais de 100 bancários demitidos pelo Original na quarta-feira 10, e foi feito durante reunião virtual feita pelo Sindicato nesta sexta-feira 12 com parte dos dispensados. A reunião foi realizada com o corpo jurídico do Sindicato e com dirigentes a fim de dar orientações aos trabalhadores e explicar os próximos passos a serem tomados diante da situação.

“O que o Original está fazendo com estes trabalhadores não tem nenhuma justificativa. Nós cobramos formalmente um esclarecimento do banco sobre as demissões em meio à atual crise sanitária e econômica que dificultará muito o reposicionamento destas pessoas no mercado de trabalho e vamos fazer mais reuniões como estas com os bancários demitidos”, protesta afirma Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato. 

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Decepção e surpresa

Decepção e surpresa tomaram os depoimentos dos bancários demitidos que participaram da reunião virtual.  

“Eu acho que a maneira que ocorreu a demissão foi contraditória, porque fizeram reunião dois meses atrás dando um certo conforto para a gente, disseram que o banco está passando por momento bom em face até da pandemia. Para mim, aparentemente, o banco estava passando por um período sólido e na minha demissão alegaram a pandemia. A demissão ocorreu em um minuto de conversa”, contou um dos trabalhadores.  

“É uma atitude desconexa do banco porque algumas semanas atrás se mostrou preocupado com os funcionários, liberou cadeira para home office, adiantou 13ª cesta, e esta semana fui pega totalmente de surpresa com a informação da demissão”, relata outra bancária. 

“O detalhe é que uma semana antes, supervisores entraram em contato com as pessoas do atendimento perguntando se seria possível entrar mais cedo no dia 10, porque ia ter muito trabalho. Os que foram solicitados para entrarem mais cedo foram os demitidos”, contou outra trabalhadora

“Quando ocorreu a demissão de uma colega, o banco fez uma reunião com algumas pessoas para dizer que somente ela foi demitida, que era para a gente ficar tranquilo, que o banco estava indo bem e que nós deveríamos focar nas metas. A maioria dos demitidos estava com 100% das metas batidas. [A demissão em massa] É uma atitude que a gente não consegue entender por conta das ações que o banco vinha tomando”, enfatizou outra. 

“Teve uma live com o head de TI do banco dizendo que o cenário atual favorecia um banco digital. O presidente do banco falou que o cenário é bom, que não ia prejudicar os funcionários e algumas semanas depois veio essa demissão em massa”, disse outro. 

“Nem tiveram uma desculpa para dar. O banco teve faturamento muito bom no ano passado e o que foi divulgado é que o ele ia ajudar a patrocinar lives e doar R$ 700 milhões para a JBS. Como o banco pode doar essa quantidade e partrocinar live se não consegue nem manter seus funcionários?”, questionou outra bancária. 

“Esta demissão em massa no meio desta pandemia não se justifica e não colabora em nada com a imagem de uma empresa que precisará das pessoas para manter seu lucro. Aguardamos um posicionamento formal do banco”, reforça Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.  

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